sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

PERSPECTIVA PARA 1° TRI 2013


Não vou me aventurar em fazer previsão da evolução da economia brasileira para o ano de 2013.  Com a equipe econômica do governo Dilma, seria uma estupidez, fazer previsão de longo prazo, mesmo as curtas, não são tão fáceis de fazê-la.  De toda forma, os meus amigos leitores, certamente, estarão à espera de uma palavrinha minha.  Então, vou fazer um rápido comentário sobre o próximo trimestre.

1.  Salário mínimo.  O orçamento fiscal de 2013, ainda não aprovado pelo Congresso Nacional prevê salário mínimo de R$ 674,90.  Pelas novas regras aprovado pelo Congresso, a presidente Dilma, pode estabelecer o novo salário mínimo mediante Decreto.  Sendo assim, é previsível que o novo salário mínimo à vigorar à partir de janeiro seja de R$ 675,00 ou arredondar para R$ 680,00, conforme desejo da presidente Dilma.  Seja qual for o novo salário mínimo, como o reajuste é "pífio" não vai causar nenhum aumento na demanda.  

2.  Dólar.  O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, já deu sinal ao mercado que pretende trabalhar a moeda americana na banda cambial informal entre R$ 2,00 e R$ 2,10.  Dólar defasado que continua a castigar as indústrias brasileiras.  O ministro Mantega e presidente do BC, Alexandre Tombini, sabem que o ajustamento à maior na banda cambial poderá trazer defasagem insustentável para os combustíveis. 

3.  Selic.  A taxa básica Selic, da próxima reunião, no início de janeiro, deverá manter no atual patamar de 7,25% ou numa taxa ligeiramente superior.  A taxa básica de juros do Brasil, apesar de nominalmente, menor dos últimos anos, ainda é uma das maiores do mundo, em termos reais.

4. Tarifa de energia.  As novas regras sobre tarifas de energia, causarão pequeno impacto comparado com a expectativa criada em torno do assunto, com estardalhaço feito pela presidente Dilma.  Muitas concessionárias importantes dos estados do sul e sudeste, não aderiram ao programa da redução tarifária.  Dilma conseguiu quebrar as concessionárias, mas não conseguiu redução tarifária que queria.  Coisa da gerentona, tudo feito às pressas, que acabou sucateando a Eletrobras, no entanto, não conseguiu o objetivo que ela gostaria de ter alcançado.

5.  Gasolina.  A Petrobras está próximo de sucateamento, com a manutenção do preço dos combustíveis ao longo do ano de 2012.  Conforme analistas, apontam a defasagem do preço dos combustíveis está entre 15% a 25%.  A minha percepção é de que a defasagem de 25% seria o mais próximo da realidade.  No entanto, a presidente Dilma, não quer causar impacto à população, por isso o aumento da gasolina e diesel deverão vir entre 10% a 15%, na bomba.  A Petrobras continuará amargando prejuízo com resíduo da defasagem.  

6. Passagens áreas.  As passagens aéreas acompanharão o aumento dos combustíveis e sofrerão aumentos significativos, aliado ao fato de que o setor ficou oligopolizado com absorção de companhias menores pelos 3 grandes, a TAM, GOL e AZUL. Em tese, as classes emergentes deverão voltar para transportes rodoviários.
 
7. Veículos e linha branca.  Com prorrogação da renúncia fiscal sobre veículos e linha branca, as vendas no primeiro trimestre do ano de 2013, deverão estar mornos em função da exaustão da oferta por período muito longo.  Quem tinha que comprar, já comprou.   

8. Inflação.  A inflação no primeiro trimestre, apesar do reajuste dos combustíveis e do salário mínimo, deverá se comportar nos atuais patamar, isto é, próximo de 6,0% aa.  O impacto da tarifa de energia que, em tese, compensaria o aumento dos combustíveis não deverá sentir nos preços dos produtos.

9. PIB. A previsão do Banco Central de PIB de 3,5% aa para 2013, pelo menos no primeiro trimestre, não corresponderá à expectativa.  Lembrando que o BC previu o PIB para 2012 de 3,7% e acabou terminando em 1,0%.  Vamos torcer que nos 3 restantes dos trimestres de 2013, compensem o pífio crescimento do primeiro trimestre.  

10. Resta ao reles cidadão, ficar torcendo para que, apesar da política econômica totalmente equivocada da presidente Dilma, não leve o País a entrar no buraco sem fundo.  O fato concreto é que a presidente Dilma conseguiu deixar a economia brasileira, em situação caótica, desorganizada, com desequilíbrio de preços relativos, sobretudo os tarifados, na tentativa de assegurar a falsa sensação de "poder" de consumo da população.  Tudo em vista à reeleição da Dilma em 2014. 

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori12 

2 comentários:

Daniel Cohen disse...

Caro Saka, como sempre, acurada análise, entretanto cumpre-me lembrá-lo importante fator que não consta em teu cenário: diz respeito a situação externa.Dólar desvalorizando-se, crise européia e desaquecimento na China, hã de agravar muito nossa situação,...ainda mais se as cotações das commodities vierem a cair. Não podemos esquecer ainda neste cenário a total balbúrdia que encontramos no mercosul. Finalizo a complementação do teu estudo, com mais algumas nuvens negras no horizonte: O provável racionamento de energia e o desgaste político que os escândalos seguidos vem-se apresentando. Durma-se com um barulho desses!

Daniel Cohen disse...

No meu comentário acima, olvidei-me de citar o nefasto horizonte do desemprego, desmentindo a pedra angular do discurso petista.

Sorte do PT resume-se a não existir efetiva oposição no país.