quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Cuide-se, ministro Haddad !

 


Entra governo, sai governo, a desculpa é sempre a mesma... Cada governo que entra alega ter recebido "herança maldita".  O governo do Presidente Lula, não é diferente dos outros que já passaram.  Ontem, vi pela grande mídia, a afirmação do Fernando Haddad, ministro da Fazenda, de que teria recebido encargos difíceis de serem cumpridos. Uma desculpa esfarrapada!  Via de regra, quem não tem competência põe culpa na administração anterior para justificar a sua própria incompetência.  Este filme, à essa altura da vida, já vi inúmeras vezes! 

       Vamos refrescar a memória... O governo do Presidente Bolsonaro está passando com o "superávit primário" ou a sobra de caixa, ao invés de "déficit primário", faltando dinheiro, como vinha acontecendo desde a última administração do Partido dos Trabalhadores, a da Dilma Rousseff, PT/MG, 2014/2015, que entregou o governo para o seu sucessor, Michel Temer, com o "déficit primário" ou o "rombo fiscal".   O Presidente Bolsonaro enfrentou situação atípica da  pandemia da Covid-19, mas conseguiu entregar o governo com "superávit primário" de R$ 54 bilhões ao seu sucessor, Lula da Silva.  Então... Não é verdade de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha recebido do seu antecessor, o ministro da Economia, Paulo Guedes, com o "rombo fiscal".  

          A desoneração dos tributos federais sobre combustíveis, foi prorrogado à pedido pela equipe de Transição pelo  ministro da Economia, Paulo Guedes. Desta forma, dizer que a oneração dos combustíveis, que termina no final de fevereiro, seja obra do governo anterior é um subterfúgio para justificar a sua própria incompetência em finanças públicas.  As alegadas desculpas, é uma forma de justificar o provável rombo de R$ 200 bilhões no Orçamento Fiscal em 2023.  Lembra-se da doação da Alemanha para meio ambiente de cerca de R$1,1 bilhão, só para efeito de comparação.

           Certamente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e a ministra de Planejamento, Simone Tebet, querem, de antemão, justificar o possível "déficit primário" ou o "rombo fiscal" em 2023, admitido por eles próprios que será de R$ 100 bilhões a R$ 200 bilhões, já considerado as despesas decorrente do PEC de Transição de R$ 145 bilhões aprovado à pedido do atual governo, o do Presidente Lula.  O possível "rombo fiscal" não é decorrente apenas das despesas decorrentes do PEC de Transição, mas sobretudo pelo aumento de número de ministério que passou de 26 para 37, com toda estrutura burocráticas e inúmeros "cargos em comissão" que preenchem a estrutura do Governo Lula. 

         A prometida "âncora fiscal" do seu "arcabouço fiscal", só será ficará equilibrada, com prometida reforma tributária, que vigorará somente no próximo ano.  O jeito para cobrir o "rombo fiscal" só será possível com a re-oneração dos combustíveis e taxação do PIS/Cofins sobre lucro e dividendos, das companhias de capital aberto.   Se ainda assim, não houver o equilíbrio fiscal sem um mínimo de "superávit primário", a bomba fiscal vai cair no colo do Presidente Lula e do seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

        Assim como fiz críticas ou elogias ao então ministro Paulo Guedes, o novo ministro, Fernando Haddad, deverá andar miudinho sob minha vigília das contas do Governo federal.   Estamos de olho, ministro Haddad!

          PS: Hoje tem reunião do COPOM para definir a taxa básica de juros Selic, que deverá se manter em 13,75% e a eleição da mesa do Senado Federal e Câmara dos Deputados para o próximo biênio.

            Ossami Sakamori 

 

Um comentário:

Anônimo disse...

Aprendi nos meus 40 anos de mercado financeiro, que. Bolsa de Valores sempre sai na frente nas tendências macro, o câmbio vem depois, como há um fluxo muito grande de exportações, pois também estamos na boca da grande safra agrícola e muitos investimentos contratados por conta do bom desempenho do governo anterior, além de um falso juro alto, com base em uma inflação cadente, que se tornará ascendente em breve, o câmbio ainda está pressionado, logo esta tendência se inverterá, quando o mercado perceber, que a inflação vai rumar para 7%, que os juros não poderão cair e que terão que subir, o câmbio vai para onde o governo Lula (aqui sem partidarismo, apenas pela análise política/econômica) merece.. a conferir.