As notícias que trago, hoje, não são nada animadoras sob ponto de vista da macroeconomia e nem tampouco para usuários do sistema financeiro nacional. Não é sobre a taxa de juros Selic estabelecida, ontem, pelo COPOM - Comitê da Política Monetária do Banco Central, que repetiu os 13,75% e um recado claro de que a taxa básica de juros vai permanecer inalterada durante o ano de 2023. O Banco Central, órgão que estabelece a política monetária, o dinheiro em circulação, para assegurar, pelo menos, em tese, o poder de compra da moeda, o "real". Porém, a matéria de hoje, trataremos de um outro "buraco gigante" a ser desvendada nos próximos dias.
A minha preocupação como analista da macroeconomia, é sobre a situação do Brasil no contexto global, não é propriamente sobre a inflação ou o poder de compra do real, a moeda brasileira. A minha preocupação do momento é sobre a situação inusitada no País, a quebra de algum ou alguns grandes bancos privados devido à situação de insolvência da Americanas e Ambev, sobretudos.
Ambas empresas, do mesmo grupo econômico, o trio de capitalistas brasileiros, conhecidos como os "intocáveis" ou "incansáveis" pelos mercado financeiro e a repercussão do caso Americanas no sistema financeiro nacional e internacional. Ambas empresas, Americanas e Ambev, tem giro de financiamento, sem garantia real, baseado em balanços "fictícios" e "fraudulentos", volume de dinheiro que poderá superar os R$ 40 bilhões.
O Banco Central, eventualmente, poderá dar socorro aos bancos em questão, garantindo liquidez diária, mas não tem o recurso reservado, no volume estimado, para este fim, o de socorrer os bancos. A solução drástica, a última a ser tomada, é a "liquidação extra judicial" para garantir "liquidez" ao sistema financeiro nacional. Este filme, já vimos em algumas situação na implantação da moeda "real" na década de 80. O mercado financeiro nacional passou por um "estresse", tal qual o que estaremos a vivenciar nos próximos dias.
As instituições financeiras oficiais como BB, CEF e BNDES, estão, aparentemente, longe do "conluio" com as falcatruas do "trio bilionário" em conivência com os bancos privados. Lembrou-me, um amigo, que o caso Americanas lembra a famosa fraude do Mudorff nos Estados Unidos, que admitiu ter apropriado cerca de US$ 17,5 bilhões num esquema de fraude contábil, num esquema semelhante ao do pirâmide financeira. O "golpe" é diferente, mas as vítimas são as mesmas, pessoas de boa fé.
O desdobramento Americanas está próximo de explodir, no colo dos otários usuários do sistema financeiro e dos investidores do mercado financeiro.
Ossami Sakamori
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