Há um mal entendido sobre a independência do Banco Central e sua política monetária autônoma em relação ao Governo federal. Uns acham que a taxa básica de juros Selic de 13,75% está alto e outros acham que está adequado. O Presidente Lula reclama que a taxa básica de juros de 13,75% está alta e vocifera críticas ao atual presidente do Banco Central, Campos Neto. Todos estão equivocados!
Antes de tudo, é necessário entender que a "política econômica" é de responsabilidade do Governo federal, em especial do Ministério da Fazenda em conjunto com o Ministério de Planejamento. E, a "política monetária" é de responsabilidade do Banco Central. Isto funciona em todos os países capitalistas, inclusive no do Brasil. A política monetária funciona como contrapeso da política econômica, para que, independente dos Governos de plantões, o Banco Central mantenha o poder de compra da moeda brasileira, o real. Enfim, o Banco Central é o guardião da moeda.
Feito esta consideração iniciais explicamos a diferença entre a "política econômica" e a "política monetária", é como as duas faces da mesma moeda, porém com funções distintas. Ambos tem funções importantes, cada um exercendo as suas funções. Lá na terra do "tio Sam", o FED - Federal Reserve cuida da política monetária e o Secretário do Tesouro cuida do Orçamento federal. No Reino Unido é assim, na União Europeia é assim. No Japão também funciona da mesma forma. Cada Banco Central cuida da estabilidade da moeda que é o mesmo que evitar a inflação.
Quando há tentativa de interferência do Governo federal, com a política econômica e tentar influir na política monetária do Banco Central, os investidores institucionais e especulativos, nacionais e estrangeiros ficam com "orelhas em pé", porque vê nisso o indício de que está havendo uma política econômica equivocada, como as que vemos em Governos do terceiro mundo. E o Presidente Lula comporta-se como um dirigente dos países atrasados, estruturalmente.
A equipe econômica do Presidente Lula, constituído de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda e Simone Tebet no Ministério do Planejamento, nem sequer tem, ainda, a "política econômica" claramente definido para o ano de 2023, sem ter uma definição clara sobre o Orçamento do Governo federal de 2023, com apenas uma vaga ideia de um "déficit primário" ou o "rombo fiscal", entre R$ 100 bilhões a R$ 200 bilhões, segundo Haddad. Falta ao Presidente Lula cuidar do seu galinheiro do que ficar vigiando o galinheiro do outro.
Da maneira como se comporta o Executivo federal, será muito difícil ver crescimento econômico sustentável no Brasil, principalmente quando vejo Presidente Lula se comportando como "analfabeto funcional" no trato da administração pública federal. Pelo contrário, o País merece uma administração competente, pois que, o País está passando por uma fase em que as grandes corporações, ícones no passado, estão "quebrando" em efeito dominó, uma atrás da outra.
Para evitar catástrofe econômico no Brasil, tanto o Presidente Lula como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deveriam fazer um curso de macroeconomia, para não levarem o Brasil ao buraco sem fundo.
Ossami Sakamori
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