Eu já não tenho mais paciência em ficar assistindo a disputa de vaidades entre os ministros do governo federal. O ministro Paulo Guedes, o Posto Ipiranga do presidente da República, acostumou-se em utilizar o "cheque em branco" do Orçamento de Guerra devido a pandemia "coronavírus", que vai consumir R$ 1 trilhão de reais acima do Orçamento Fiscal de 2020. Como que de repente descobriu que as despesas ordinárias "deverão" ser cobertos com o Orçamento Fiscal ordinário. Paulo Guedes aproveita da situação de saia curta para armar "barraca" com os ministros Braga Netto, Rogério Marinho e Tarcísio Freitas. Coisa feia, engalfinharem-se debaixo do nariz do presidente da República. Isto não se faz!
Ministro Paulo Guedes prometeu ao presidente da República, o programa Renda Brasil, que é uma extensão do "auxílio emergência", englobando o atual Bolsa Família. O presidente da República sentiu a popularidade subir com o efeito da distribuição de renda para os trabalhadores informais. E, Paulo Guedes, como que de repente, descobriu que havia mas de 60 milhões de "trabalhadores invisíveis". É mentira do ministro da Economia. O IBGE que é um órgão subordinado à sua pasta, no levantamento que faz mensalmente, traz os números detalhados de diversas categorias de trabalhadores, sem carteira de trabalho assinado, em situações críticas.
Paulo Guedes sugeriu e o presidente da República gostou da mudança do nome, de Bolsa Família para Renda Brasil, pois a Bolsa Família lembraria o programa carro-chefe do governo Lula e Dilma. Assim como o Lula unificou diversos programas do FHC e deu nova denominação, o Bolsa Família, o ministro da Economia quer de qualquer jeito aquinhoar o presidente da República com o programa "Renda Brasil", o maior programa de suporte à população pobre do mundo. Paulo Guedes quer "gabar-se" de um programa que num país do primeiro mundo é uma vergonha ter a necessidade de dar suporte a tantos trabalhadores.
O programa Renda Brasil, se atender os atuais beneficiários do "auxílio emergência", com uma renda entre R$ 250 a R$ 300, custaria aos cofres públicos entre R$ 200 bilhões a R$ 250 bilhões. Não há espaço fiscal para abrigar um programa no formato idealizado pelo Paulo Guedes. E ainda, terá que contemplar os investimentos em obras públicas, demandados pelos ministros desenvolvimentistas, como o Tarcísio Gomes, Braga Netto e Rogério Marinho, apelidados pelo ministro da Economia de ministros "fura-tetos". Toda essa discussão é feita em cima do "teto dos gastos públicos" que engessa o Orçamento Fiscal ao nível de 2016, corrigido apenas pelo IPCA.
Há fórmula para suportar os investimentos em obras públicas, através de Emenda Constitucional específico, mas isso é tarefa para quem se ofereceu para tornar a economia brasileira liberal à maneira preconizada pela Universidade de Chicago, onde o ministro Paulo Guedes saiu-se doutor em economia. Vamos ver, como o Paulo Guedes vai se sair desse "enrosco" que ele próprio está a criar.
Renda Brasil vai custar aos cofres públicos, de R$ 200 bilhões a R$ 250 bilhões
Ossami Sakamori
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