Brasileiros em geral, nos quais me incluo, não gostam de encarar a realidade, nem mesmo o ministro da Economia do País. Preferem dizer que o Brasil "está bombando", apesar de números assustadores que a própria estatísticas do IBGE demonstre. Em número concreto, entre o mês de maio e junho de 2020 houve "destruição" de 1,4 milhão de postos de trabalhos formais. Isto é apenas a ponta do "iceberg" da verdadeira situação de desempregados no Brasil.
Antes da pandemia, o País tinha 33,8 milhões de trabalhadores formais, com carteira assinada. Desta forma, significa que o Brasil, no final de junho, estava com 32,4 milhões de trabalhadores com carteira assinada, dentre pouco mais de 100 milhões da força do trabalho. Espanta-me, um ministro da Economia, o Paulo Guedes, dizer que o País possui cerca de 60 milhões de trabalhadores informais, como se fosse uma grande descoberta. Não se pode culpar o IBGE por eventuais falhas na falha na coleta de dados. Os dados estão sendo disponíveis desde 2015, o início da crise econômica que avassala o País.
Vamos lembar que o IBGE é um órgão público federal sob o comando do Ministério da Economia, portanto, a equipe econômica e o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, deveriam estar acompanhando mês a mês, a evolução do desemprego no País. O número de desempregado não está "invisível", pelo contrário está muito visível diante da estatística do governo federal.
A classificação formal dos trabalhadores, de certa forma, ajuda mitigar o efeito do "desemprego". É considerado "desempregado", apenas os trabalhadores que saem para procurar o emprego. Os desempregados que nem sequer saem para procurar o trabalho são denominados de "desalentados". Os trabalhadores que estão recebendo o seguro desemprego, também não entram na estatística de desempregados. Nem entram na estatística, o "nem-nem", nem estuda e nem trabalha, que sequer tem carteira de trabalho. E por último, os trabalhadores informais, os "invisíveis" do ministro Paulo Guedes, são os que vivem de bicos ou são "ambulantes" que vivem de micro-comércio.
Diante deste quadro, não será um programa de renda mínima, denominado de "Renda Brasil", é que vai tirar o Brasil do "atoleiro" que se meteu desde 2015. Nem adianta, tão pouco, botar a culpa na "esquerda" e nem colocar toda culpa na pandemia "coronavírus". O ministro da Economia deveria saber, desde 2018, a situação de "pandemia econômica" que o Brasil vive muito antes de assumir a posição de ministro da Economia em 2019.
A situação de "desemprego" no Brasil é dramática!
Ossami Sakamori
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