quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Paulo Guedes está com um pé fora do governo


O presidente da República Jair Bolsonaro tomou gosto em sentir a popularidade na pele, que alguns dos presidentes já vivenciaram. Nos périplos que tem feito no nordeste, sempre, em companhia do ministro de Desenvolvimento Urbano, Rogério Marinho, em inaugurações de obras no reduto do PT, parece ter chegado a conclusão de que investimentos em obras na região pobre do País trás dividendo político importante para o projeto de reeleição em 2022.  Em algumas regiões, a popularidade do presidente Bolsonaro já supera a do ex-presidente Lula, segundo a grande imprensa.  

Ontem, no lançamento do programa Casa Verde Amarela que é uma repaginação do programa Minha Casa Minha Vida dos governos Lula e Dilma, deu destaque aos ministros Braga Netto da Casa Civil e o ministro Rogério Marinho do Desenvolvimento Urbano.  A ausência notada foi do ministro da Economia, Paulo Guedes.  A não presença do ministro da Economia foi de que estava coordenando a equipe econômica na finalização da proposta da reforma tributária.

O presidente da República quer esticar o "auxílio emergência" até o final deste ano.  Paulo Guedes sugere o novo valor em torno de R$ 250.  O presidente da República quer R$ 300 e já está a anunciar informalmente.  O fato é que o presidente da República quer dar prioridade nos investimentos públicos conforme programa "pró Brasil" da turma "desenvolvimentista" do Planalto.  Leia-se equipe "desenvolvimentista" os ministros Braga Netto, Tarcísio Freitas e Rogério Marinho, respectivamente, chefes da Casa Civil, Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano.   

O programa Renda Brasil do Paulo Guedes parece definhar diante do pouco recurso disponível no Orçamento Fiscal de 2021 para essa finalidade.  O Renda Brasil que estava previsto a atender os atuais beneficiários do "auxílio emergência", um programa de atendimento a mais de 65 milhões de trabalhadores informais não passarão de 25 milhões de atendidos, englobando os atuais beneficiários de todos programas assistenciais do governo federal.  A limitação do Orçamento Fiscal está previsto na Emenda Constitucional do "teto dos gastos" e isto inviabiliza os programas sugeridos pelo Paulo Guedes.    

Paulo Guedes está com um pé fora do governo.  Já se discute nos bastidores, quem será o novo ministro da Economia.  O nome mais cotado é o do atual presidente do Banco Central, Campos Neto.  

Ossami Sakamori 

Um comentário:

Marat da Silva disse...

Faz 19 meses que afirmam isso.