Crédito da imagem: Certainfo
Os indicadores econômicos dos primeiros quatro meses de 2018 está aquém do esperado. A estimativa prevista pelo mercado era de crescimento de 3% em 2018. Ninguém mais acredita nesta projeção. A opinião do empresariado e do mercado financeiro é que o crescimento para este ano fica revisado para 2,5% ou menos. Fica mais uma vez comprovado que os fundamentos macroeconômicos do Henrique Meirelles não tem tanta consistência como se apregoava.
O cenário de estabilidade é resultado de grande sacrifício de desempregados e de sub-empregados. Pelo indicador de desempregados com carteira assinada é de 13,6 milhões, segundo IBGE. O número, porém, mascara o quadro real de números trabalhadores sem a carteira assinada. Incluindo ao contingente de desempregados de carteira assinada os de desalentados e dos sub-empregados o número se aproxima dos 40 milhões. Se considerar que a força de trabalho do País é de 104 milhões, nem é preciso explicar a gravidade da situação. O próprio IBGE considera como número de trabalhadores com carteira assinada em 34 milhões.
O governo Temer vangloria-se de ter conseguido a menor taxa de inflação desde a implantação do Plano Real em 1994. O governo Temer, igualmente, coloca como sua conquista a menor taxa básica de juros Selic dos últimos anos. Esquece o governo Temer e seu ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles que o quadro considerado de "estabilidade" está sendo conquistado com duras penas da população brasileira, sobretudo dos trabalhadores, como demonstrado acima.
O governo Temer, com a aprovação de uma "gambiara "conhecida como Emenda Constitucional de "teto dos gastos", tornando nulo o efeito da Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000, armou a armadilha para si próprio (governo). A Emenda Constitucional do teto dos gastos "admite" o "déficit primário" até o limite dos gastos de 2016. A Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000 "não admitia" o "déficit primário". Até então, desde 2000, o governo vinha cobrindo os gastos correntes tão somente com o que arrecadava. Em outras palavras, a Emenda Constitucional do teto dos gastos "constitucionalizou" as "pedaladas fiscais", pelas quais a Dilma Rousseff foi afastada do cargo. Não estou a defender a ex-presidente!
Esta situação anômala, a possibilidade de cobrir os gastos do governo com emissão de títulos da dívida pública, criou-se a "falsa" situação de normalidade nas contas públicas. Os investidores institucionais diretos, aqueles que aplicam no sistema produtivo, sabem muito bem disto. Não é por outra razão é que o Brasil está quase parando, à espera de uma medida do novo presidente da República.
É um desafio para o futuro presidente da República arrumar uma saída para a armadilha criada por Meirelles e Temer. Não será por "bravatas" e nem por soluções simplistas que se resolverá os graves equívocos da política econômica.
Brasil está na "sinuca do bico"!
Ossami Sakamori
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3 comentários:
Excelente texto e de uma reflexão boa de nosso contexto. Realmente estamos em uma sinuca de bico sem os fundos para receber esta bola de neve ou não receber. Mas na real estamos desde a invasão dos europeus a a partir de 1500, nada mudou só piorou.
Sim. Trabalhamos com orçamento inflado, números irreais e dialética idem. É impossível algo dar certo desta maneira. A política passou a servir ela mesma e o povo “que se exploda”...
não esqueça que o PT deveria ter criado superavit quando pode e não o fez, inflou a maquina publica e agora não consegue desinflar, maquina publica gera gastos tão altos que ja está causando o grande problema do brasil que se chama divida publica, ou seja governo tem q pagar juros sobre o que não arrecada pra pagar o funcionalismo publico entre outros desvios publicos, enfim , o governo ainda tenta normalizar a situação para que as empresas não fujam do país como aconteceu na venezuela onde o PT defende tanto aquele regime que queria fazer igual aqui
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