Crédito da imagem: Estadão
Dados do Banco Central mostram que a dívida total das empresas brasileiras em moeda estrangeira somava no fim de março em US$ 471,2 bilhões ou equivalente a R$ 1,705 trilhão, na cotação de ontem. Quase metade desta dívida externa é da estatal brasileira Petrobras. Para se ter ideia do tamanho do endividamento das empresas brasileiras o volume da Reserva cambial brasileira estava no último 11/5 em US$ 381,75 bilhões. A dívida externa das empresas brasileiras é maior que a Reserva cambial.
A Petrobras captou no exterior, somente no ano passado, US$ 9 bilhões e no mês de abril deste ano, mais US$ 2 bilhões. Informa a Petrobras que as últimas capitações é para antecipar as parcelas vincentes nos próximos dois anos. Seja como for, a dívida externa da Petrobras tanto quanto de outras empresas sofre o efeito da variação cambial. O custo destas capitações varia de 3,8% ao ano a 6,2% ao ano, em dólar. Deve se somar ao custo de capitação a própria alta do dólar (real desvalorizado).
O cenário de dólar mais caro (real desvalorizado) traz preocupações no curto prazo, especialmente, para empresas que estão expostos em moeda estrangeira. Isto porque as empresas e bancos terão que honrar compromissos de US$ 84,4 bilhões até o final deste ano. A notícia preocupante, segundo o Banco Central é que cerca de metade destas dívidas em moeda estrangeira não contam com "hedge" ou "proteção" contra a valorização do dólar.
A alta do dólar favorece os exportadores, mas por outro lado desfavorece as empresas altamente endividados em dólares, como é o caso da Petrobras. Há que ficar atentos às empresas brasileiras endividadas em moeda estrangeira, num cenário em que o dólar marca a tendência de alta.
Quanto a alta do dólar, nem mesmo Banco Central tem pleno controle.
Ossami Sakamori
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