domingo, 11 de fevereiro de 2024

Os caras de paus !

 

Aproveitem os intervalos dos noticiários sobre o carnaval e sobre prisão dos apoiadores do ex-presidente da República e procurem entender sobre as terminologias da macroeconomia que são utilizados pela grande imprensa.  Não, não é preciso entender o assunto da macroeconomia para avaliar o desempenho dos sucessivos governos da República.   Carnaval e prisões são apenas cortina de fumaça para esconder a triste realidade da situação fiscal do País.

          Na matéria de ontem, falei sobre os fundamentos macroeconômicos que norteiam os principais países do mundo ocidental, sobretudo pelos Estados Unidos, União Europeia, Reino Unidos, Japão e Coreia do Sul, correspondente a mais de 50% do PIB do mundo.  PIB é Produto Interno Bruto, que corresponde a tudo que cada país produz e movimenta, liderado pelos Estados Unidos com 1/4 de tudo que produz/movimenta no planeta. 

           Voltando ao assunto sobre a macroeconomia, não poderia deixar de falar sob ponto de vista da administração pública, sobretudo do Governo federal.  O Governo federal é responsável pela "política fiscal", que inclui as receitas e despesas do Governo central, incluído a administração da dívida pública, sob responsabilidade do Tesouro Nacional.  Tesouro Nacional funciona como "caixa" do Governo federal.  Um outro termo que faz parte da macroeconomia é a "Reserva cambial", que é o saldo da "conta corrente" do País com demais países do mundo, aplicado em títulos do Tesouro americano e nos organismos internacionais.   A Reserva cambial funciona como se fosse "saldo médio" que um cliente faz com os bancos para manter o "crédito".   

           No final de cada ano, o Governo federal apresenta  a sua situação fiscal do ano, isto é total das receitas menos as despesas, exceto as contas referente aos serviços da dívida pública.   "Superávit primário" é quando a arrecadação é maior do que as despesas, excluído o pagamento de juros e eventuais amortizações da dívida pública.   "Déficit primário" é o dinheiro que falta para pagar as despesas correntes do Governo federal, exceto os serviços da dívida pública.  O Brasil se encontra nesta situação de "déficit fiscal" desde a crise econômica financeira de 2014/2015, com um minúsculo "superávit fiscal" em 2022, uma conta de chegar. 

         Apenas para o conhecimento de vocês: denomina-se "déficit nominal", quando o Ministério da Fazenda não conseguiu gerar o "superávit fiscal", para o pagamento de juros da dívida do Tesouro Nacional.  O Brasil, atualmente, se encontra na mesma situação de um "reles cidadão" que vive de "rolagem" de suas dívidas, acrescido de juros extorsivos, numa verdadeira "bola da neve".  

            Apenas como comentário, o fato de países do BRICS, tentarem fazer as contas correntes entre seus membros, em moeda local ou em moeda chinesa, o yuan, a situação fiscal e monetária do País, não muda em nada, muito menos a situação de conta corrente, na somatória, para com os países do mundo.

              Pelo exposto, não adianta o ministro da Fazenda denominar de "arcabouço fiscal" à velha "política fiscal" ou "fiscal policy", termo em inglês.  Convém à dupla, Simone Tebet e Fernando Haddad, estudarem com afinco e em profundidade os diversos fundamentos econômicos, tratados na matéria precedente, que  deveriam nortear a "política econômica" e "política fiscal" do Governo Lula.   Procurar o "déficit primário" zero, seria o primeiro passo para chegar ao "déficit nominal" zero, que "em tese" seria "estancar" o explosivo endividamento do Governo federal, que já ultrapassa os R$ 6,4 trilhões.  

          Haja coração para os responsáveis encararem esta situação fiscal ou terem os "caras de pau" de fingirem-se de morto!  

                Ossami Sakamori            

             

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