Dados divulgados pelo Banco Central o volume de saques superou o volume de depósitos em R$ 5,8 bilhões no mês de abril. O resultado é menor dos últimos 20 anos, desde implantação do Plano Real em 1995, para o mês de abril.
No acumulado do ano, a perda até o mês de abril (incluído) ficou em R$ 29 bilhões. O saldo total da caderneta de poupança no último dia do mês ficou em R$ 648,3 bilhões. Lembrando que o financiamento do programas habitacionais vem dos recursos da caderneta de poupança e dos recursos proveniente do FGTS.
O motivo da retirada dos recursos da caderneta de poupança pelos aplicadores nesta modalidade de investimentos é que para a maioria da população de baixa renda a poupança está sendo utilizada para suprir a falta de dinheiro para cobrir as despesas do mês. O fenômeno acontece também por motivo de perda de empregos de uma parte da população trabalhadora.
A perda de saldo na caderneta da poupança como todo, provoca um outro fenômeno que provoca um "círculo vicioso". Explico. Com perda do saldo de poupança a CEF e bancos de modo geral deixarão de financiar construção de moradias. As construtoras ou incorporadoras sem o financiamento habitacional vão dispensar a mão de obra na medida que as obras vão sendo concluídas. O desemprego provoca a retirada de poupança para a própria sobrevivência. Está aí o "círculo vicioso" implantado.
Para piorar a situação, o governo da Dilma vem implementando medias de ajustes fiscais, segundo o Levy para reverter as medias "anti-cíclicas" implementadas nos últimos 12 anos de administração petista. Os ajustes propostos pelo ministro da Fazenda Levy ainda tem muito para ser completadas. Os resultados das medidas não virão de imediato, como qualquer medidas que venha tomar na política econômica.
Os mais otimistas afirmam, inclusive o próprio governo Dilma, de que haverá reversão da tendência de retração da economia já no segundo semestre. Se depender do "timing" já mencionado acima, afirmo sem ter medo de errar de que uma eventual reversão de tendência da economia, ocorrerá somente no primeiro semestre do ano que vem. A essa altura é melhor botar as barbas de molho!
O ano de 2015 está perdido!
Ossami Sakamori
5 comentários:
Estranho distribuir cargos, sinônimos de mais despesas inúteis, para angariar apoio à aprovação da MP do ajuste fiscal, cujo objetivo é exatamente a redução de gastos. Isso que é cortar na própria carne? É a moeda de troca dos sanguessugas que equacionam as contas públicas socializando os prejuízos e aumentando as benesses.
Eu, Sr Sakamori, acho que 2016 vai ser tão ruim quanto 2015. Se o impeachment da Dilma vingar, a tendência é de o Brasil parar para ver, e nesse cenário não há crescimento. E além disso, o resultado de uma possível melhora real para os pobres só aparece a médio e longo prazo. Contudo, prefiro sua análise que é mais otimista que a minha.
Não adianta os economistas de plantão plantarem mentiras e truques.
Em matéria de cálculo o sr.Sakamori nada deixa a desejar.Também comungo a situação por ele colocada.O Brasil demorará a aprender a fazer conta direito e o governo deverá continuar mentindo por longo tempo,para a população.
Senhor Ossami
Mude ou não o regime politico, não temos economistas com capacidade e visão necessérias para reverter a atual situação economica.
Batemos feio e forte no fundo do poço.
Boa tarde Saka Sam.
Eu errei por R$1bilhão na previsão que fiz em 30/04, uma das quais até o mencioneir. Parece pouco perante o montante, mas ainda assim é um valor considerável. Muito dessa perda também se deve ao pequeno e médio investidor, aquele tradicional, que com a elevação da Selic migrou seus parcos recursos buscando proteger seu capital, acredito que em torno de 60% o tenha feito. Porém isso tbm trás um grande agravante, a possibilidade do Tesouro emitir mais papéis, incorrendo assim no aumento da dívida pública interna, que também agrava e muito as contas do governo. A não ser que tenha interesse de praticar uma medida da qual Collor se utilizou em 1990, o confisco, ou então haja simplesmente como Kirchner na Argentina pretendendo dar um calote, aí a quebradeira seria geral, nem estaríamos preocupados o quanto desaceleraria a indústria da construção civil, pois seria a falência de um país. Lembrando que Lula foi o grande responsável pela mudança do perfil dessa dívida, deixando de pagar baixos juros ao FMI, transferindo a juros de mercado ao capital especulativo. Quanto as medidas de ajustes fiscais, todos sabemos que poderiam ter sido outras, como por exemplo, redução da máquina administrativa, pois, não tenho os dados atuais, em 2013 os 39 ministérios custavam ao poder público quase R$60 bilhões ao ano, na época, correspondente a 3 programas de bolsa família. Ao invés de reduzirem os custos que vão além desses dos ministérios preferiram mudar as regras trabalhistas, e passando o custo de seu desgoverno a quem não pode reclamar. Obrigado por nos brindar mais uma vez com suas postagens. Grande abraço..
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