quarta-feira, 19 de julho de 2023

Não há política econômica no Brasil

 

Há equívoco no pensamento dos governantes de plantões, sobre o desenvolvimento do País.  Entra governo, sai governo, os presidentes da República fazem viagens ao redor do mundo em busca de investimentos estrangeiros, com pires na mão, típico dos dirigentes dos países do terceiro mundo.  O Presidente Lula não é diferente dos anteriores.  Em reunião da Cúpula, Celac x União Europeia, demostrou estar satisfeito com a promessa de investimentos do bloco europeu à América Latina, num volume expressivo, cerca de R$ 242 bilhões, sem especificar em que área, nem em qual prazo e muito menos em quais condições. 

        No momento, o País debate sobre o "arcabouço fiscal" deste ano, com atraso de 6 meses, com "déficit primário" de cerca de R$ 100 bilhões, já considerando como receita as pendências referente aos recursos administrativos fiscais. Déficit primário é o dinheiro que falta para pagar as contas, fora os juros da dívida pública.  A LDO de 2024, que deveria ser aprovada no mês de junho, sempre, do ano anterior, ainda nem sequer começou a ser analisado pelo Congresso Nacional. 

        O que falta ao País, é uma clara "política econômica", mesmo que seja um "esboço", que contemple as linhas gerais da "política econômica" do Governo, no caso a do Lula.   A ausência de uma "política econômica" consistente de longo prazo é lugar comum no Governo federal, há algum tempo.   De improviso em improviso, o Brasil vai "desviando" de abismo, uma situação de "estagflação", isto é, estagnação somado à inflação.  

      Mesmo sem uma "política econômica" definida, que englobe o setor produtivo e os governos em três níveis, o Brasil tem potencial de crescimento econômico, sem mesmo pedir "esmola" com "pires na mão".

         Para reforçar a ideia exposta, de que o Brasil, tem Governo que "não orienta" e pelo contrário, só atrapalha ao desenvolvimento do setor produtivo, por outro lado, vejo a notícia de que a empresa do Reino Unido, a Horizonte Minerals, vai investir cerca de R$ 2,6 bilhões para extração do níquel no Brasil.  A empresa vai produzir cerca de 14,5 mil toneladas de níquel à partir de março de 2024.  A vida útil da mina é de 30 anos.  As empresas globais, vem atrás de lucros e não de incentivos fiscais.  Só querem uma "política econômica" consistente e duradoura, que transcendam ao longo do tempo.  

        Havendo uma "política econômica" consistente, o setor produtivo brasileiro e estrangeiro deverão fazer o Brasil voltar à sua vocação do crescimento econômico sustentável ao longo do tempo, sem o acréscimo de gastos públicos desnecessários que só trazem ônus e tributos desnecessários à população brasileira.  

       A ausência de política econômica no País é visível.  Enquanto a "politicagem" no Planalto Central é noticiário constante da primeira página da grande imprensa.  

        PS: Política fiscal ou arcabouço fiscal diz respeito às despesas do Governo federal incluído Previdência Social.   Política econômica, engloba a política fiscal mais a política econômica do setor produtivo, de responsabilidade do Governo federal.  Política monetária, diz respeito à administração da moeda, o real, de responsabilidade do Banco Central.  Não confundir os "alhos" com os "bugalhos".

          Ossami Sakamori

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