sábado, 1 de julho de 2023

Brasil no "oceano de mediocridades"

 

O Banco Central revisou para cima sua projeção de crescimento do PIB do Brasil, de 1,2% para 2%, para o ano de 2023, refletindo melhoras em atividades industriais, de serviços e sobretudo da agricultura.  Isto é a boa notícia.   Nessa quinta-feira, dia 29, o Tesouro Nacional informou que o Governo federal, incluído, o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência Social, registrou "déficit primário" de R$ 45 bilhões no mês de maio de 2023, comparado com R$ 39,3 bilhões do ano anterior.  Para o leigo entender, o "déficit primário" é dinheiro que falta para pagar as contas do Governo federal com relação à receita da União.  Eu costumo chamar de "rombo fiscal", o gasto público acima do que se arrecada, para os gestores públicos sentirem o peso das palavras.  

         Para conhecimento de vocês, o Governo Lula prevê déficit primário, o dinheiro que falta, de R$ 136,2 bilhões, o que equivale a 1,3% do PIB do País para cobrir as contas do Governo federal em 2023.  No déficit primário não inclui o pagamento de juros da dívida publica, cujo montante gira ao redor de R$ 6 trilhões, líquidos e longe de fazer amortização das dívidas vincendas.  Só para melhor entender, a situação da dívida pública federal, não descontando as reservas cambiais, o montante vai a R$ 9 trilhões, muito próximo de R$ 9,9 trilhões do PIB estimado de 2022.   Resumindo, o Governo federal deve, em valor bruto, o equivalente a tudo que produz no País no ano inteiro.  Seria como você dever aos bancos e ao comércio, o valor bruto do que você recebe no ano.  Certamente, você trabalha para pagar ou rolar suas dívidas.  O Brasil está assim!

         Diante desta situação, o "déficit primário" do Governo federal, o dinheiro que falta para cobrir as contas públicas, que num jargão popular se diz "rombo fiscal", qualquer que seja, é um nome feio.  Bom para os agiotas nacionais e internacionais.  

     Há uma guerra declarada entre o presidente do Banco Central, Campos Neto e o Presidente Lula sobre a "política monetária" vigente, sem que o Governo federal cumpra o seu dever, o de cobrir as contas públicas com o dinheiro que arrecada de impostos e contribuições.   A situação é quase como que o Poder executivo vai fazendo suas lambanças e o Banco Central vai atrás, limpando para que o "poder de compra" da nossa moeda, o real, amenizando a "inflação". 

         A última notícia de que o CMN, da qual fazem parte a ministra do Planejamento, Simone Tebet e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que vai estabelecer a meta de inflação, de modo contínuo ao invés de ano ano, em nada muda, até porque o Banco Central já estabelece as metas para dois anos seguintes ao do ano corrente.  É mais ou menos como que trocar de velocímetro analógico por um digital, cujo resultado é o mesmo.  

         Dito isso, a separação de poderes do Poder Executivo e do Banco Central é fundamental e saudável para uma boa política econômica e política fiscal de qualquer país, sobretudo em países economias do porte como o do Brasil.

       O Brasil merece ser governado por pessoas competentes, para sair desse "oceano de incertezas" e "sobras de mediocridades e incompetências".

            Ossami Sakamori    


Um comentário:

Anônimo disse...

É isto aí amigo Sakamori ,é a incompetência imperando!!! Já estou até achando que isto é de propósito, para ficarmos igual a Cuba e Venezuela ( a Argentina também)!