terça-feira, 25 de julho de 2023

Entenda a taxa Selic

 

Na próxima semana, dia 2 e 3 de agosto, terá reunião do COPOM - Conselho de Política Monetária do Banco Central, que, entre outros assuntos, vai definir a taxa básica de juros Selic para os próximos 45 dias.  A expectativa é grande, em função de discussão pública, uma verdadeira guerra verbal entre o presidente do Banco Central, Campos Neto e o Presidente Lula.   Não deveria ser assim, mas está sendo, infelizmente, numa demonstração de que somos país do terceiro mundo.  

        O Comitê de Política Monetária é um órgão constituído no âmbito do Banco Central do Brasil em 20 de junho de 1996, por meio da circular n° 2.698, com as finalidades de estabelecer "as diretrizes da política monetária" e definir a "taxa básica de juros" da dívida pública federal.  E, assim, continuará sendo, para o bem do País.

          O COPOM é um órgão técnico colegiado, que depende do "pulso" do Presidente do Banco Central, para manter a "política monetária" do Governo federal.   É assim que funciona em todo o mundo, desde os Estados Unidos ao Japão, passando pelos países da União Europeia e Reino Unido.  

         A principal função da "política monetária", que é diversa da "política econômica", é manter o "poder de compra" do "real" ou em outras palavras, manter a "inflação" sob controle.   

         Como todos sabem, a economia global está numa situação conhecida como "estagflação" ou estagnação somado à inflação.  O principal ator da economia global, os Estados Unidos, devido à administração desastrada do governo Biden, democratas, encontra-se numa situação de "inflação persistente" ao redor de 5% ao ano, quando no passado recente, antes da pandemia, a inflação americana girava ao redor de 0,5% ao ano.

         No Brasil, o COPOM tem mantido a taxa básica de juros em 13,65% desde junho do ano passado, num quadro de inflação alta, quando bateu o pico de 11,89%, registrado nos 12 últimos meses anteriores.  A manutenção da taxa Selic em 13,75%, desde então, produziu efeito desejado a inflação 3,16% no mês de junho último, encostado no "centro da meta" de inflação do Banco Central, que é de 3,25%. 

         Foi e está sendo penoso, para a população brasileira, conviver com a taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano, enquanto os Estados Unidos pratica taxa básica de juros entre 5% a 5,25% ao ano, para inflação persistente ao redor de 5%.  

          A consequência de manter taxa básica de juros Selic alto, em relação à inflação corrente, é o fluxo de capital estrangeiro especulativo para aplicar em títulos do Tesouro Nacional, sem riscos, valorizando o real.   Com juros do Tesouro Nacional no atual patamar, criam algumas distorções, como "desincentivo" à aplicação do capital no setor produtivo e a valorização artificial da moeda brasileira, o real, em relação ao dólar e ao euro.   O fato é que o Brasil paga a taxa básica de juros dos seus títulos, o do Tesouro Nacional, senão, a mais alta ou uma das mais alta do mundo global e a nossa moeda, o real, uma das mais valorizada do mundo, em termos nominais, porque o "real" não é aceito como moeda de troca para transações de commodities e de transações financeiras internacionais.   Só mesmo os argentinos e uruguaios aceitam o real como moeda de "contratos" de curto e de médio prazo.   

         Na próxima reunião do COPOM, que acontecerá na próxima semana, poderá vir uma redução tímida na taxa básica de juros Selic, sobretudo em função da "pressão" exercida pelo Presidente Lula e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad ou a manutenção da atual taxa Selic.   

        Na minha opinião, cada um, no caso Presidente Lula e o Campos Neto do Banco Central, deveriam cuidar dos seus "galinheiros", não culpando os seus fracassos ou sucessos das suas políticas.  Aposta por aposta, creio na manutenção da taxa Selic em 13,75% ou uma redução tímida, na reunião do COPOM, da próxima quarta-feira. 

           Ossami Sakamori

              

           


Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo plenamente com tua visão, amigo Sakamori, nosso governo quer baixar os juros “ no grito “ e não com ações ( controle de gastos do governo) para ter credibilidade para que os juros baixem !!!!