O senador Mauro Benevides (PDT/CE) apresentou no Senado Federal projeto de lei que "desvincula" 29 fundos que ao total tinha até 31 de dezembro de 2019, um saldo de R$ 177,7 bilhões, para financiar parte das despesas relacionadas decorrentes da "coronavírus" e ou cobrir parte do "rombo fiscal" decorrente da perda de arrecadação. Se o governo "pegar" esses recursos terá que remunerar equivalente a taxa de juros Selic mais 2,84%, que é a taxa de títulos de longo prazo. No momento, o recurso está depositado no Tesouro Nacional sob guarda do servidor Mansueto Almeida.
Para vocês entenderem, o Ministério da Economia já apresenta o "rombo fiscal" ou o "déficit primário" decorrente do "Orçamento de Guerra", apartado do Orçamento Ordinário da União, entre R$ 350 bilhões a R$ 500 bilhões. O Ministério da Economia, ainda, prevê um "rombo fiscal" decorrente da "perda de arrecadação" devido a "recessão" da economia, num montante estimado em R$ 350 bilhões. Não vamos esquecer que o Orçamento Ordinário de 2020, conforme LDO, já estava com o rombo estimado em R$ 124 bilhões. Somando os rombos decorrentes sob várias formas, o "déficit primário" ou o "rombo fiscal" para o ano de 2020, está previsto em cerca de R$ 1 trilhão, até o momento.
Segue a lista de Fundos que compõe R$ 177,7 bilhões:
Fundo Nacional de Aviação Civil;
Fundo Nacional de Segurança e Educação no Trânsito;
Fundo da Marinha Mercante;
Fundo Aeronáutico;
Fundo de Universalização dos Serviços Telecomunicações;
Fundo da Defesa dos Direitos Difusos;
Fundo Naval;
Fundo Nacional de Desestatização;
Fundo para Desenvolvimento das Telecomunicações;
Fundo de Imprensa Nacional;
Fundo do Exército;
Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo;
Fundo Rotativo da Câmara dos Deputados;
Fundo Especial do Senado Federal;
Fundo do Serviço Militar;
Fundo do Ministério da Defesa;
Fundo Social,
Fundo de Defesa da Economia Cafeeira;
Fundo Soberano do Brasil;
Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social;
Fundo Desenvolvimento das Atividades de Fiscalização;
Fundo Nacional de Desenvolvimento;
Fundo da Estabilidade do Seguro Rural;
Fundo de Garantia para Promoção da Competitividade;
Fundo Nacional Antidrogas;
Fundo de Estabilização Fiscal;
Fundo Nacional do Idoso;
Fundo Partidário;
Fundo de Garantia à Exportação.
Esse tipo de "Fundos" tem sido motivo de "cobiças" e "falcatruas" entre agentes públicos inescrupulosos e empresários espertos. Para se ter ideia, o grupo JBS, tomou financiamento de R$ 1 bilhão do Fundo da Marinha Mercante ao juro de 1% ao ano, sem nenhum índice de correção monetária, ainda no governo da presidente Dilma. É bom mesmo que esses fundos sejam utilizados para financiar alguma coisa nobre como enfrentamento da pandemia "coronavírus". Pelo menos, sabemos onde está indo o dinheiro do contribuinte.
Ainda assim, o "rombo fiscal" de 2020 será de, no mínimo, R$ 1 trilhão.
Ossami Sakamori
Um comentário:
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