quinta-feira, 18 de junho de 2020

Selic de 2,25% apenas mostra o tamanho da recessão.

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O destaque da imprensa de hoje, não é sobre a nova taxa de juros básicos Selic do Copom - Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil, mas sobre a prisão do Fabrício Queiroz, o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ), que ficou conhecido como chefe da "rachadinha", dinheiro que parte do salário é devolvido para o parlamentar, prática comum em todo o País.   Voltando a taxa básica de juros Selic, o Banco Central anunciou que o Tesouro Nacional vai captar dinheiro para "rolagem" da dívida pública da União a 2,25% ao ano.  No entanto, o motivo não é de comemorações, infelizmente.

A taxa básica de juros Selic é um bom indicador para aferir a liquidez do mercado financeiro.  Até por conta da queda da atividade econômica devido a pandemia "coronavírus", há excesso de dinheiro no mercado.  O sistema financeiro, apesar da liberação de cerca de R$ 1 trilhão dos depósitos compulsórios, não está tendo demanda suficiente à oferta de crédito, em razão da garantias exigidas pelos bancos para emprestar às pequenas e médias empresas.   As grandes empresas já fizeram o uso de benefícios creditícios do governo para atravessar a pior fase da pandemia "coronavírus".

Sob o ponto de vista do número absoluto, o governo e o Banco Central comemoram o menor taxa de juros básicos Selic desde o início do Plano Real.  No entanto, a taxa básica de juros Selic, também, serve como termômetro da atividade econômica do País.  Apesar da taxa de juros bancários, em sua maioria, referenciado à taxa Selic, terem caído a um dígito ao ano,  também, mostra que o setor produtivo aplica a "sobra" dos recursos no mercado financeiro, "aguardando" a "retomada" da atividade econômica pós pandemia "coronavírus" em títulos do Tesouro Nacional.  O setor produtivo está em "stand by".

Para entender melhor, a taxa básica de juros Selic se baseia em dois indicadores importantes, a projeção da inflação e a confiança dos investidores especulativos nos títulos do Tesouro Nacional que por sua vez financia o "déficit primário" crescente e por falta de oportunidade em investimentos produtivos em razão da queda da atividade econômica, sem prazo para terminar.   O Banco Central acena mais quedas na taxa básica de juros Selic, ainda dentro do exercício de 2020.   As maiores economias do mundo como Estados Unidos, Alemanha e Japão, trabalham com taxa de juros dos seus títulos do Tesouro próximo do "0" (zero).  

Por razões expostas, não sei se comemoro ou choro com a taxa básica de juros Selic, a menor do Plano Real. 

Selic de 2,25% apenas mostra o tamanho da recessão.

Ossami Sakamori

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