Em outubro, o IPCA-15 acelerou para 0,58% no mês, acumulando 3,8% no ano e 4,5% em doze meses. A taxa mensal veio próxima de nossa expectativa (0,60%) e levemente abaixo do consenso de mercado (0,64%). Na comparação com setembro (0,09%), destaque para as maiores variações dos preços de combustíveis, alimentos e higiene pessoal.
O índice de dispersão do IPCA-15 (% de subitens que encareceram no mês) saltou de 52,3% para 61,9% entre setembro e outubro. Ainda assim, sua média em doze meses permaneceu estável ao redor de 54%, nível historicamente baixo (gráfico). Além disso, em doze meses, a inflação de serviços cedeu para 3,1%, assim como a de serviços subjacentes (3,0%).
Mais importante, os núcleos inflacionários continuam estacionados entre 3,0% e 3,3%, sem trazer incômodo algum à atual postura estimulativa do Banco Central (BC). Considerando as três medidas de núcleo que mais se aproximam da tendência do IPCA* (IPCA-MS, IPCA-MA e IPCA-DP), estas permanecem em 3,3% há quase um ano e meio. Ampliando esta amostra com as demais quatro métricas oficiais de núcleo, encontramos variação média de 3,0%, também estancada. Convém lembrar que as metas centrais para a inflação IPCA são: 4,5% (2018), 4,25% (2019) e 4,00% (2020).
No restante deste mês, avaliamos que a inflação de transportes deve arrefecer, colaborando para manter o IPCA em torno de 0,51% M/M e 4,6% A/A. Para os fechamentos deste ano e do próximo, projetamos IPCA de 4,4% e 4,1% ao nível atual de câmbio e com algum crescimento do PIB (1,5% e 2,5%).
Com a estabilidade dos núcleos em "patamar apropriado", o BRL refluindo e (até) o regime de chuvas ajudando, julgamos pouco provável que as expectativas para a inflação no médio
prazo subirão a ponto de provocar alguma reação do BC no curto prazo. A condicionante principal, contudo, continuará sendo a política econômica do próximo governo que começará a ser delineada a partir do próximo domingo. Mais detalhes em: https://dmigroup.com.br/copom-setembro18/
Daniel Xavier, economista-chefe do DMI_Group
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