Crédito da imagem: Globo
Não importa o nome, a imagem é da mãe do Benjamin, menino de 2 anos com síndrome de Down, morto no confronto entre policiais e traficantes no Complexo do Alemão. Com certeza este episódio não vai merecer atenção da Comissão de Direitos Humanos de qualquer Organização Não Governamental. Certamente, Benjamin será apenas morte de uma criança negra e pobre moradora de favela, que irá constar nas estatísticas sobre a violência do Rio de Janeiro.
Essa mãe, que ninguém sequer sabe o nome, chorou desesperadamente pela perda do filho. Ela é oposta da vereadora "executada", nem sabe bem por que motivo levou seu filho à morte. Essa mãe, segundo contou à imprensa, saiu com o menino para comprar sorvete e encontrou com a tragédia no caminho, tão comum na favela onde ela reside, o Complexo do Alemão.
Enquanto a grande imprensa não tratar o assunto como elas são de fato, sem o "glamour" do tráfico de drogas e os sucessivos governos irresponsáveis não proverem as favelas de creches, Unidades de Pronto Atendimento, ensino fundamental até a última série, água encanada, esgoto, sinais digitais gratuito para todos, centro de convivência, bibliotecas, locais para pequenos comércios, os moradores das favelas continuarão à margem da sociedade brasileira. Não adianta nada intervenção militar que tem data para deixar as favelas, no dia 31 de dezembro.
Os favelados não são bandidos. Bandidos são os traficantes e agentes públicos que negligenciam no atendimento aos moradores das favelas como que eles fossem marginais da sociedade. A palavra "favela" tornou-se pejorativo, até que os moradores trocaram a denominação para "comunidade" com intensão de recuperar pelo menos o mínimo de autoestima. Os favelados tem sido usados para servirem de massa de manobras dos políticos de matizes que vão de extrema direita à extrema esquerda. Nem vou perder meu tempo nominando os partidos e políticos.
O assunto de violência nas favelas é recorrente. Há décadas que os governos de plantões não tomam providências para levar dignidade para à população. Se os governos passados fizeram "vista grossa" quando das ocupações, os atuais tem a obrigação de dar igual tratamentos dos demais moradores da cidade do Rio de Janeiro. A condição de maioria dos moradores dos favelados serem negros e pobres não os diferenciam dos demais membros da sociedade. Os brancos não são feitos de castas superiores.
Infelizmente, Benjamin foi mais uma vítima do tráfico de drogas e ausência das autoridades constituídas. Irei lembrar sempre do menino Benjamin que, simplesmente, saiu de casa para comprar sorvete e não mais retornou.
Ossami Sakamori
4 comentários:
Benjamim; #Presente!
Caríssimo professor, temos um problema crônico que não é só a segurança e tão pouco o nome que se dá as favelas do Rio de Janeiro ou do Brasil, tem muita gente especializada em usar de nossas mazelas para nos manter o cabresto, esquerda e a agora direita pungente que se apresenta( embora onde ela esteve nos últimos 30 anos?) se aproveitam da morte.
Em muitos momentos eu me pergunto se nossa imprensa e nossas mídias televisivas sofrem de algum transtorno verbal que as impedem de chamarem os bandidos, invasores e terroristas de bandidos, invasores e terroristas, usando apenas alcunhas de suspeitos, supostos e afins.
Penso que estamos sofrendo uma das mais e melhores ações de contra informação nunca antes vista nesta guerra chamada Brasil, vejam que estão a observar as ações dos interventores, exigindo respeito e CUIDADO com os TRAFICANTES.
Observem que o próprio povo serve como uma rede de proteção, muitos ali sofrem com certeza da síndrome de Helsinque, pois até na hora de LEVAREM RESPEITO ÀS LEIS em todos os sentidos, o povo carioca é o 1 º a se rebelar...
Benjamim's , Samudio's, e outros 60 mil mortes por ano, não valem uma quirela perto de defensores de bandidos, maiores,menores e políticos...
E as notícias continuam sendo a vereadora envolvida com as facções.
Benjamim?
Quem é Benjamin, mesmo?
Minha tristeza mais profunda vai para Mãe do Beijamin! Infelizmente a midia tem focado exclusivamente no assassinato da Vereadora! E os militares que fazem o seu trabalho para conter a violência? E os civis que morrem por "bala perdida"? Lhes são prestadas homenagens? Quer saber? Não suporto mais tanta HIPOCRISIA! Ontem não liguei a TV e nem entrei no G+ para interagir sobre a assassinato da vereadora e tão pouco se falou do seu motorista... As outras mortes ficam somente para fazer parte das estatísticas da violência no país e mais precisamente no Rio de Janeiro! EU CANSEI...
Tristeza profunda com tanto descaso pela vida. Que Deus conforte mais essa família.
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