terça-feira, 6 de março de 2018

O verdadeiro bota-fora de Rodrigo Maia

Da colaboradora:
Amanda Sindmann
















Ainda estamos nas preliminares do acirrado jogo político em que devem se tornar as Eleições de 2018. Embora os atores principais ainda não possam ser conhecidos oficialmente devido à nossa exótica lei eleitoral, todos agem por baixo dos panos tentando capitalizar o pleito.

Quem acompanha meu (limitado) discorrer acerca do assunto deve saber de antemão que, no momento, considero apenas quatro candidaturas como estabelecidas: Alckmin, Bolsonaro, Lula e Marina Silva, dos quais apenas a última não tem chance alguma de vitória. Sobre o embate entre os primeiros, até o momento, não ouso prever um resultado.

Antes de continuar, permitam-me uma explicação para acalmar os ânimos de eventuais exaltados. Sei que Lula, a esta altura do campeonato, está impedido de concorrer devido à Lei da Ficha Limpa e, até o momento, não vejo uma forma de ele escapar a este destino. Se menciono sua candidatura, refiro-me, para ser explícita, a qualquer candidato-poste que assuma o manto de sucessor. Duelam por este posto figuras como Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila, embora, até onde o horizonte permite enxergar (e, admito, não me debrucei sobre o assunto, já que é deveras desinteressante), o cargo ficará com Fernando Haddad.

É do outro lado do campo que estão as figuras cujos planos são mais atrativos. Já perdemos muito tempo discorrendo sobre assuntos paralelos, então vamos direto ao ponto: trato aqui unicamente de Rodrigo Maia. O presidente do Democratas anunciou que o partido deve lançar seu nome como candidato na quinta-feira (8), uma jogada que vai de encontro aos conselhos do próprio pai, que afirmou, na semana anterior, preferir uma reeleição do filho à Câmara.

Lançado ao palco do primeiro escalão político após conquistar uma inesperada vitória na eleição que definiria o sucessor de Eduardo Cunha naquela casa, Maia se tornou uma das principais forças do presidente Michel Temer no Legislativo, mas deixou-se controlar pela ambição de ocupar o lugar do chefe do Executivo e, desde então, tem atuado para derrotar pautas do governo, como a reforma da previdência.

O golpe final às pretensões do deputado ocorreu após o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro, sua base eleitoral. De fato, os números mais recentes são desanimadores para ele: uma pesquisa do Ipsos, divulgada pelo Estadão no domingo (4) mostra que Maia possui rejeição de 4%, empatado com Temer. Já um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, do dia 28 de fevereiro, o coloca com 1,1% das intenções de voto em São Paulo, em empate técnico com Henrique Meirelles.

O presidente do Democratas certamente não pode estar alheio a estes dados e deve saber que seu desejo pela presidência não será realizado este ano. Mas não podemos nos enganar: a política deve ser vista como um jogo de pretensões futuras, no qual os melhores movimentos são feitos para dar frutos diferentes daqueles que aparentam à primeira vista.

Destarte, é justo afirmar que a pretensão do deputado, de atingir o índice de 7% em pesquisas futuras, é puro blefe. Acontece que, em época em que os partidos procuram submergir para produzir a salsicha eleitoral, qualquer movimento óbvio é recebido pelos jornais como a pauta salvadora para preencher o vazio de notícias. Prestem atenção nisto e verão como vários outros jogadores menores se aproveitam do momento para fazer com que seus nomes circulem em ambientes nos quais, em outra ocasião, não teriam penetração.

O resultado prático destas ações é o acúmulo de ativos eleitorais. Ainda que não pretenda, realmente, arriscar-se ao mar traiçoeiro do pleito executivo, Maia mantém-se relevante, o que pode ser decisivo se optar pela reeleição à Câmara. A ação também rende dividendos a seu partido, que ganha corpo para colocar um de seus quadros em um cargo relevante, como a vice-presidência na chapa de Geraldo Alckmin.

Por outro lado, também é possível que Rodrigo Maia seja realmente tolo e acredite ter chances de vencer e se lance com tudo a uma disputa na qual suas chances são praticamente inexistentes. Caso isto aconteça, nosso Dom Quixote à brasileira não naufragará sozinho, devendo levar o já minguado DEM com ele.

Amanda Sindmann 
possui um blog Amanda Sindmann no qual fala sobre qualquer coisa, menos política.

Em tempo: Opinião manifestada nesta matéria é da colaboradora Amanda Sindmann

2 comentários:

Anônimo disse...

E esse negócio das linguiças, salsichas, salames e etc. Só tem filha da puta.
Os elementos fazem cagada atrás de cagada, a PF prende o ser supremo solta e os acionistas tomam no caju

Anônimo disse...

Nada muda no paraíso dos otários! Hahahah...