terça-feira, 11 de novembro de 2014

O dólar deve romper R$ 3 no final do ano!

Crédito da imagem: HolainterCambio

O Estadão na edição de hoje, traz notícias vindo da Rússia, país emergente em situação semelhante ao Brasil. Trata-se da desvalorização do rublo, moeda russa, em 30% neste ano, até ontem.  O motivo da queda do rubro é diverso do Brasil, mas a situação macro-econômica é muito semelhante ao do Brasil. A inflação da Rússia deve terminar em 8,5% ao ano enquanto o crescimento do PIB deve terminar em 0,3% neste ano.

Enquanto, no Brasil que tem situação macro-econômica muito semelhante ao da Rússia, terminou o ano de 2013 com dólar cotado a R$ 2,358. A inflação deste ano deve fechar o ano acima do teto da meta de 6,5% ao ano e o crescimento do PIB deverá fechar o ano com 0,3% tal qual Rússia.

O dólar no mercado brasileiro vem experimentando altas consecutivas devido ao cenário interno sem definição da política econômica pós eleições. Hoje, neste momento estava cotado a R$ 2,58 para cada dólar. Se acompanhar o mercado externo, somado a indefinição do quadro da economia interna, a tendência é que o real desvalorize em torno de 30% neste ano. Assim sendo, a cotação do dólar no fechamento do ano de 2014 deverá estar ligeiramente acima de R$ 3.  

Se fizer equivalência de cotação na implantação do Plano Real, considerando inflação brasileira no período e descontado a inflação americana no mesmo período, o dólar deveria estar cotado a R$ 3,10, hoje. 

Vamos lembrar que o Banco Central já tem despejado no mercado cerca de US$ 80 bilhões em títulos denominado de swap cambial tradicional, títulos remunerados de acordo com a variação cambial, para conter a valorização do dólar ou desvalorização do real. O Banco Central anunciou no ano passado que vai lançar mão de US$ 100 bilhões de swap cambial tradicional, o dólar "fake". Isto não será suficiente para conter a alta do dólar.

Independente de quem seja o ministro da Fazenda, este movimento de valorização do dólar ou desvalorização do real será o ajuste necessário para a moeda brasileira encontrar o patamar de equilíbrio.  Não é movimento programado pela equipe econômica, mas a longo prazo era necessário o realinhamento do valor da moeda brasileira frente à moeda americana.

Se prevalecer a lógica política, o novo ministro da Fazenda será o Henrique Meirelles, se ele quiser. Sendo o Henrique Meirelles ministro da Fazenda com ascendência sobre presidente do Banco Central, a prevalecer a tendência da valorização do dólar ou desvalorização do real, a taxa Selic deverá fechar o ano em 12% ao ano, no mínimo. Isto é uma das consequências da saída do dólar.

É uma pena que a desvalorização repentina do real, não trará benefício integral ao setor exportador, porque os importadores dos produtos brasileiros tenderão compensar a desvalorização do real pelo menos em parte. A desvalorização do real, tal qual estou prevendo, infelizmente não será repassada integralmente ao setor exportador. De qualquer forma, melhor assim do que não acontecer nada na área cambial. 

Espero que a nova equipe econômica, tire melhor proveito desta onda de valorização do dólar no mercado financeiro global. A competência ou incompetência da equipe econômica se mede justamente em tirar melhor proveito da situação econômica global em todos os sentidos.  Só espero que a presidente Dilma não venha se meter na condução da economia e desperdiçar o momento propício para ajustar o câmbio.

O dólar deve romper R$ 3 no final deste ano.

Ossami Sakamori






2 comentários:

Wagner disse...

Tinha previsto isso também e também sem bola de cristal. A economia é uma matemática. Não tem improviso e uma hora estoura. O dólar é a ponta do iceberg! Abraço Saka!

Unknown disse...

Apesar da alta, tenho certeza que muitos não vão pensar muito nisso como uma solução, mas como mais um problemão