quinta-feira, 2 de abril de 2020

Brasil terá PIB de (-) 10% em 2020

 

Notícias sobre o "coronavírus" e a briga entre o presidente Bolsonaro e os governadores ocupam manchetes de principais veículos de comunicação do País.  As notícias, da maneira que são mostradas, mais parecem as lutas do UFC do que embate político em grande estilo.   Seja como for, para os "pobres mortais" como nós, só temos direito a obedecer o ministro Mandetta da Saúde.  E haja desculpas esfarrapadas do ministro para justificar a falida saúde pública do Brasil.  

Devido a falta de estrutura da saúde pública, como número de leitos de UTI insuficiente para atender a repentina demanda decorrente da pandemia "coronavírus", o ministro Mandetta quer a qualquer custo "achatar" a curva de atendimento hospitalar.   Se antes chamava a demanda de leitos hospitalares de "confinamento horizontal", hoje, o nome dado para o mesmo fenômeno dá-se o nome mais ameno: "isolamento social".   Mudou o nome, mas o objetivo é o mesmo:  fazer com que a demanda dos leitos de UTI ocorra ao longo do tempo ao invés de forma acentuada. 

A estrutura da saúde pública do País não está preparada para atender a demanda decorrente da pandemia do "coronavírus".  Nem sequer tem "máscara" suficiente para os profissionais de saúde atender tanta demanda.  A culpa são dos chineses que só vão entregar as máscaras para o fim de abril para o pedido que foi feito a poucos dias.  Segundo o ministro Mandetta, a culpa é dos Estados Unidos que mandou vários aviões cargueiros para buscar as "máscaras".

O fato inexorável é que o "isolamento social" vai trazer consequências irreparáveis na economia.   Esse fenômeno, infelizmente, ocorre em todo o mundo, simultaneamente.  O mundo, literalmente, parou por conta da pandemia.  Até o país mais poderoso do mundo, os Estados Unidos, entrou em "confinamento horizontal", pois que naquele país torna-se mais dramático porque o sistema de saúde é "privado", diferente de qualquer país do mundo.  Esta situação já foi previsto por mim na matéria de 7 de março último : O efeito coronavírus será devastador para o Brasil .  

Muito difícil fazer previsão sobre o que poderá ocorrer na economia mundial e muito menos no Brasil decorrente da pandemia "coronavírus".   Os notáveis economistas do mundo avaliam que o efeito da pandemia "coronavírus" será maior que as consequências da II Guerra Mundial.   Os mais otimistas falam em recessão de (-)10% para os Estados Unidos e os mais pessimistas em (-)25%. Vamos lembar que os EEUU, sozinhos, respondem por 1/4 do de tudo que produz no mundo.  

De certa forma, o presidente Bolsonaro, de sua maneira peculiar, "tosca" e muitas vezes "grosseira", está antevendo o problema econômica que o "isolamento social" pode trazer à economia brasileira.   Por outro lado o ministro Mandetta, quer "mitigar" a falta de estrutura do sistema de saúde pública com as "medidas científicas" de "isolamento social".  O Brasil não tem para onde fugir: "se correr o bicho (coronavírus) pega, se parar o bicho (coronavírus) come (mata)".   

Brasil terá PIB de (-) 10% em 2020.  As consequências, para um país que mal estava a sair da "depressão", a mais longa desde 1929, serão mais que "devastadoras".

Ossami Sakamori

Um comentário:

Eli Reis disse...

Se me permite, uma correção num detalhe do texto:

Se correr, o coronavírus pega, se ficar, o coronavírus mata.

Sim, é humor negro.

Só para descontrair...