A inflação medida pelo IPCA-15 diminuiu para 0,19% em novembro, vindo abaixo de nossa projeção e do consenso de mercado (0,24% ambos). Segundo o IBGE, foi a menor variação para um mês de novembro desde 2003 e, com isso, o indicador acumula 4,0% no ano e 4,4% em doze meses. Cabe lembrar que o IPCA-15 é antecedente do IPCA oficial e a meta central para inflação deste ano é de 4,5%.
Em novembro, houve desaceleração em 6 dos 9 grupos componentes do IPCA-15, com destaque para Transportes (combustíveis, principalmente), Habitação (bandeira amarela nas contas de luz) e Saúde (farmacêuticos e higiene mais baratos). Em sentido inverso, a inflação de Alimentação acelerou (+0,54%) influenciada pelos in natura. E os artigos residenciais e despesas pessoais também tiveram discretas
elevações. Até o encerramento de novembro, avaliamos que as influências baixistas dos preços de combustíveis e eletricidade serão ainda maiores, levando o IPCA do mês para próximo de -0,1% M/M e 4,2% A/A.
Desconsiderando os preços mais voláteis, os indicadores de tendência inflacionária continuaram bem comportados neste IPCA-15. As três medidas de núcleo de inflação que mais se aproximam da tendência do IPCA oficial continuam estacionadas ao redor de 3,3% A/A há mais de um ano e meio. Considerando os sete núcleos monitorados pelo Banco Central (BC), sua variação se mantém em 2,9% no mesmo período. E o índice de difusão (parcela de subitens com alta de preço no mês) veio em 53% em novembro, algo abaixo de sua média em doze meses (55%). Ver gráfico.
Em resumo, a inflação oficial continua surpreendendo para baixo e os indicadores de núcleo seguem em patamar apropriado para a atual política monetária estimulativa do BC. Isto, juntamente com a adequada ancoragem das expectativas (com a qual a nova gestão do BC tende a se comprometer) e a gradual recuperação da economia doméstica (partindo de um elevado nível de ociosidade), corroboram o nosso call de que a taxa Selic será mantida em 6,50% até, pelo menos, o 3T19. O andamento, ainda que gradual, das reformas também é importante neste cenário. Os sinais emitidos até agora pelo governo recém-eleito apontam que esta hipótese ainda é a de maior probabilidade.
Neste quadro de inflação e juros baixos, maior confiança na economia e implementação da agenda reformista, avaliamos que os preços de ativos mais arriscados ou menos líquidos devem se valorizar de maneira mais rápida que os demais.
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Daniel Xavier, economista-chefe @DMI_Group
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