Crédito da imagem: Globo
O IBGE dissimula a situação do emprego no Brasil. O IBGE divulgou na última terça, a taxa de desemprego no País que caiu para 11,9% no trimestre encerrado em setembro último, o que corresponde a 12,5 milhões de trabalhadores. Comemora-se o número, a sexta queda mensal seguida de desemprego neste ano, como se tivesse resolvido a situação do desemprego no País. No entanto, atrás do aparente número positivo, a realidade da situação do mercado de trabalho é bem outra. As filas para vagas de trabalho se formam centenas de metros nas agências de colocação, o que contrasta com o índice divulgado pelo governo. Governo dissimula, mente, disfarça, para fazer parecer menos dramática a situação econômica e social do País.
Esta situação paradoxal, onde por um lado o governo comemora a queda do índice de desemprego e noutro lado a formação da enormes filas de desempregados tem uma explicação. O governo e a grande imprensa dá destaque apenas ao número de desempregado formal, com carteira assinado, como se fosse o fim da crise, o que é uma grande mentira. A estatística mostra o outro lado da realidade que não é dado destaque pelo governo e pela grande imprensa.
O próprio IBGE destaca que, somados, os trabalhadores sem carteira assinada e os que trabalham por conta própria, o conhecido "biscateiro", somam cerca de 35 milhões de pessoas. O espantoso é que o número de trabalhadores nesta situação que supera os cerca de 33 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Esta situação real, nem o governo e nem a grande imprensa tem interesse em esclarecer.
O critério de levantamento de número de desempregados, aquele que o IBGE aponta como sendo 11,9% ou 12,5 milhões de trabalhadores, é medido contando "apenas" os trabalhadores que saem para rua ou batem as portas das fábricas e do comércio para procurar uma colocação. Apesar deste critério é aceito e adotado internacionalmente, há uma classe de trabalhadores que nem saem mais às ruas para procura de emprego, até por falta de dinheiro para pagar as passagens de ônibus. Essa classe de trabalhadores, estatisticamente, são considerados como "desalentados". São considerados desalentados porque são pessoas que "desistiram de procurar" os empregos. Esse contingente de pessoas ascendem a mais de 5 milhões de pessoas. A realidade, então, o número de desempregados é de 17,5 milhões de trabalhadores.
O governo e o IBGE, não classificam como sendo desempregados, as pessoas que vivem na informalidade, com ou como micro-empresários. São pessoas que vivem de "bico", que estão fora da estatística oficial do número de desempregados. São pessoas ambulantes que vendem uma gama enorme de produtos e serviços. Somados, os desempregados com carteira assinada, os desalentados e os sub-empregados, o número supera o número de empregados com carteira assinada. São 35 milhões de pessoas nestas classes de trabalhadores contra 33 milhões de trabalhadores com carteira assinada.
Os frios números só confirmam a realidade econômica e social que passa o País. Não basta criar, apenas, 12,5 milhões de empregos para colocar o Brasil na rota do desenvolvimento sustentável. Como pode ver nesta matéria, o desafio é muito maior! O País precisar criar, de imediato, 17,5 milhões de empregos.
Governo mente sobre o desemprego!
Ossami Sakamori
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