Crédito da imagem: Comex
Ao contrário da previsão do ministro da Fazenda Henrique Meirelles de que o crescimento do Pais será acima de 2,5% para o próximo ano, não vejo nenhum motivo para tanta euforia. O recuo da taxa de juros Selic ao menor patamar dos últimos anos, 7% ao ano, não representa grande mudança no rumo da economia do País como todo. Receio que o ano de 2018, ao contrário da previsão do governo Temer, poderá ser mais um ano perdido!
O primeiro sinal que motiva o meu pessimismo é o resultado do PIB do terceiro trimestre deste ano, divulgado pelo IBGE, que foi de 0,1%. O PIB do corrente ano deve terminar dentro da previsão do mercado de 0,7%, com alguns décimos para cima ou para baixo. O tão esperado resultado otimista da venda do Natal deve terminar em termos nominais ao redor de 5% ou seja 2% de crescimento em termos reais. O resultado pode causar enorme frustração, diante do tamanho otimismo "vendido" pela grande imprensa.
Outro fator que poderá determinar o pífio crescimento no próximo ano será o recuo na produção da safra agrícola em relação ao deste ano. O setor agrícola prevê recuo de produção de soja em 6% e 2% para o milho para safra do ano que vem. Vamos lembrar que o crescimento do PIB deste ano deveu-se, sobretudo, ao crescimento substancial do PIB do setor agropecuário. O ano de 2018, não contará com a alavanca de crescimento deste ano.
O calcanhar de aquiles para a demora da retomada de crescimento está no contingente de desempregados e subempregados que atingem cerca de 40 milhões de trabalhadores. Por mais que o governo anuncie o aumento de "empregos informais", o que está havendo é migração de da classe de desempregados para classe de sub-empregados, conhecido como "biscateiros". A reversão deste quadro só será possível com o crescimento do setor produtivo criando novas vagas em suas fábricas, o que não estamos a ver nos últimos indicadores econômicos.
O fato é que os investidores diretos estão postergando os investimentos em suas fábricas devido à não realização de reformas estruturantes prometido pelo governo Temer. Somado à falta de reformas, sobretudo a reforma profunda da previdência e a reforma tributária, o ano de 2018 será marcado pela realizações de eleições presidenciais. Os investidores diretos, não decidirão sobre os novos investimentos sem ter a certeza de ver a política econômica delineada pelo novo presidente da República. Por enquanto, os prováveis candidatos não estão apresentando "matriz econômica" sustentável ao longo dos próximos anos, o que preocupa os investidores institucionais.
O ano de 2018 será marcado pelo "marasmo". Não haverá crescimento substantivo no PIB como esperam o presidente Temer e seu ministro da Fazenda.
Ossami Sakamori
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