O primeiro ano do Governo Lula apresentou "déficit primário" ou "rombo fiscal" de R$ 230,5 bilhões, no ano de 2023, o primeiro resultado financeiro sob direção do Partido dos Trabalhadores. O número poderia ser pior, se não fosse o crescimento econômico do País, cuja projeção do PIB de 2023, está esperado pelo BC em 2,92%.
Seja como for, o "déficit primário" é considerado pelo mercado financeiro nacional e internacional como sinal de alerta à ineficiência ou incompetência do Governo federal. O Brasil está com "passos trocados" desde a crise econômica financeira de 2014/2015, a pior dos últimos 100 anos, cujo resultado motivou a cassação de mandato da Presidente Dilma, PT/MG. Veja o gráfico abaixo.
Explico a importância do resultado primário das contas do Governo federal. Na conta primária, não entra o pagamento de juros da dívida do Tesouro Nacional e muito menos a amortização da parte dela. Se o Governo federal não consegue pagar nem as suas próprias despesas, muito menos os juros e amortizações da dívida pública, que hoje ronda ao redor de R$ 6,4 trilhões. O País pactua a rolagem da dívida pública, incluindo nela os juros vencidos ou vincendos. A situação se parece com uma grande parcela da população que, não conseguindo pagar as suas contas de cartão de crédito e "rolam" o saldo devedor acrescido de parcelas de gastos e de juros que não conseguiu "solver". O Governo Lula reclama da alta taxa Selic, para rolar suas dívidas, mas é a "taxa de risco" do Governo federal. A taxa básic de juros Selic apenas reflete a credibilidade do Governos de plantões. O Banco Central faz o que pode para, apesar das gastanças públicas do Governo federal, que financia com "empréstimos" ao mercado financeiro, tenta manter a inflação sob "controle", ou manter o "poder de compra" do cidadão.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemora (?) o resultado do "déficit primário" abaixo do esperado. Seria o mesmo que comemorar a situação do "menos pior". A promessa do ministro da Fazenda para 2024 é "déficit primário" zero. Isto é não vai fazer novos empréstimos para pagar ao menos os juros do Tesouro Nacional. É a promessa do ministro da Fazenda, mesmo que tenha que criar novos impostos ou contribuições.
Enganar a população, carente de conhecimento em macroeconomia, é tarefa fácil para qualquer administrador público. Desculpe o desabafo, mas a verdade é que o "povão" aplaude o resultado "menos ruim" da atual incompetente equipe econômica. Fazer o que, não é? Cá estou, mais uma vez, tentando abrir o olho dos empresários e investidores menos avisados.
Ossami Sakamori
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