terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Entenda a política industrial do Presidente Lula


Vocês não imaginam o trabalho que dá para interpretar e adivinhar os anúncios das medidas do Governo Lula anunciadas, ontem, com relação à economia.  Estou a alertar vocês para não caírem mais uma vez em "conto do vigário", com todo respeito aos padres.   O Governo federal anunciou ontem, finalmente, a "política industrial", que é ou seria parte da "política econômica", um Programa denominado de "Nova indústria Brasil", que busca, segundo o Governo Lula, conciliar a produtividade com a criação de empregos, com o menor impacto ambiental, e investimento de R$ 300 bilhões até 2026, final do período governamental.  O discurso é dar inveja para qualquer cidadão.  Certamente, deverá ser com os novos endividamentos do Tesouro Nacional, cada vez mais impagável.

         O programa, segundo o Governo, é baseados em "eixos" ligados aos setores, da "infraestrutura", do "saneamento", da "moradia popular", da "mobilidade urbana", da "agroindústria", do complexo industrial de saúde, da transição energética, da transformação digital, da tecnologia de defesa e dos estímulos à inovação e à pesquisa.   Os objetos que fazem parte do rol do plano da "industrialização" já fazem parte das obras e serviços em andamento, de  licitadas neste e em governos anteriores.  

          As metas são, aparentemente, ousadas, com o objetivo de alcançar até 2026, entre elas: "aumentar a participação do agroindústria no PIB agropecuário para 50% e aumentar a mecanização na agricultura familiar em 70%, com suprimento de pelo menos 70% de equipamentos de produção nacional".   

       O plano engloba, também, "a nacionalização dos medicamentos, vacinas e equipamentos médicos, materiais e insumos e tecnologias em saúde, infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade urbana", que a iniciativa privada e as instituições do Governo já vem fazendo. 

       Entre os objetivos do programa, "o Governo quer transformar digitalmente (sic) 90% das empresas industriais brasileiras, assegurando para que a participação da produção nacional triplique nos segmentos de novas tecnologias".   Sabe lá, onde o Governo federal entra na modernização das empresas brasileiras.  Pelo contrário, se depender do Governo, vai voltar a "reoneração" da folha de pagamentos das Pequenas e Médias Empresas

          Um dos objetivos, segundo o Governo, é na transição energética, "promovendo a indústria verde para reduzir a emissão de CO2 em 30% (sic), ampliando em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes, aumentando o uso de tecnologia sustentável da biodiversidade pelas indústrias em 1% ao ano".   E, ainda, segundo a nova política industrial, criará autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas (sic) para a defesa.  De certo, o País pretende entrar em guerra com os vizinhos da fronteira.

            O objetivo da industrialização proposto pelo Presidente Lula, tem "viés positivo", porém muito genérico, no seu conteúdo, para poder, efetivamente, implementar no curto espaço de tempo, faltando tão somente 3 anos para o término do seu mandato.   Veja abaixo o gráfico da curva de industrialização ou desindustrialização do País, para ver a dificuldade de alcançar as metas propostas pelo Presidente Lula.

          
         O que foi proposto pelo Presidente Lula sobre os investimentos na industrialização, para os próximos 3 anos, grande parte já está em fase de investimentos pela iniciativa privada, sem interferência do Governo federal.  Outros investimentos como nas infraestruturas, moradias populares e saneamentos já estão sendo tocados pelas empresas privatizadas.   A industrialização da agricultura no setor sucroalcooleiro, já está sendo implementados em pleno vapor, pelo setor da agroindústria.  

          O fato é que, a inovação tecnológica, em todas áreas, está sendo movido pela iniciativa privada, à revelia do Governo federal, para evitar não ficar alijado da concorrência internacional.  Na contra mão da "política industrial" anunciada, o Governo Lula insiste ir contra "desoneração" da folha de pagamentos das pequenas e médias empresas brasileiras.

        A ideia da industrialização do País, aparentemente inovadora, é repetição do que existe ou são de encargos da iniciativa privada com pouca participação do Governo federal.  O que falta no País é uma "política econômica" clara e consistente, que oriente os "investidores produtivos" nacionais e internacionais.  De "conversa fiada", o setor industrial brasileiro está "cansado" e de "saco cheio" de ouvir.   O que falta é uma "política econômica" clara e segura para os investidores produtivos coloquem os recursos na área produtiva, ao invés de aplicar em títulos do Tesouro Nacional.   

        Na cerimônia de ontem, esteve "ausentes" os ministros do Planejamento e da Economia, para dar "visibilidade" ao Vice-Presidente, Geraldo Alckmin, PSB/SP.  

                 Ossami Sakamori          


 

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