domingo, 28 de janeiro de 2024

Brasil é feito de "pirotecnias".


Há um equívoco grande as considerações sobre as diversas iniciativas dos governos de plantões, que se sucedem.  Falo das medidas tomadas pelos governos, na área econômica, que confundem os leitores sobre os fundamentos "macroeconômicos", os liberais dos neoliberais.   Os que acompanham os meus comentários desde 2012, sabem do que estou a falar.   

            Para ser prático, vamos analisar as políticas econômicas adotadas pelos últimos presidentes da República.   O Plano Real do então ministro FHC, do Governo Itamar Franco, ao "impor" uma série de condicionantes no estabelecimento do Plano Real, nós os analistas da macroeconomia, denominamos de medidas "neoliberais".  O responsável pela elaboração do Plano Real foi o ministro da Fazenda da época, engenheiro Pedro Malan, de vasto conhecimento em macroeconomia.   É autor, também, da frase que ficou famoso à época:  No Brasil, até o passado é incerto! 

          Os dois primeiros mandatos do Governo Lula, de 2002 a 2010, adotou-se o modelo da "economia liberal" do seu ministro da Fazenda, Antônio Palocci, PT/SP,  ex-prefeito de Ribeirão Preto.    Fez uma boa gestão frente ao Ministério da Economia, na linha da "economia liberal" e, infelizmente, foi defenestrado da política, num envolvimento de um suposto depósito de R$ 60 mil, feito ao seu jardineiro, no que foi desmentido pelas investigações, de que o depósito teria sido feito pelo irmão do jardineiro numa divisão de venda de um imóvel.   Pois, é... Nos bons tempos, um ministro do Estado perdia cargo por suposto desvio de R$ 60 mil, antes mesmo da sua comprovação.   Palocci foi substituído pelo Guido Mantega, a quem o Presidente Lula quer à todo custo fazê-lo presidente da Vale S.A., a maior mineradora do País.   O Palocci era um "liberal", de carteirinha, sob ponto de vista "macroeconômico". 

            Guido Mantega foi substituído pelo Joaquim Levy, engenheiro naval de formação foi ministro da Fazenda de 1º de janeiro a 18 de dezembro de 2015, no "olho do furacão" do período de impeachment da Presidente Dilma Rousseff, PT/MG.  Hoje, Joaquim Levy ocupa posição no Banco Mundial.   Joaquim Levy, acompanhando a sua Presidente, era e faz parte do pensamento intervencionista ou neoliberal.

           Com a queda da Presidente Dilma Rousseff, PT/MG, assumiu o Presidente Michel Temer, PMDB/SP, que nomeou para o ministro da Fazenda, o banqueiro Henrique Meirelles, com intenção era de garantir a credibilidade com os credores e banqueiros  internacionais.  O ministro da Fazenda, foi banqueiro, garantindo assim a credibilidade do País, pós crise econômica/financeira, a pior dos últimos 100 anos.  

            No governo do Presidente Bolsonaro, PL/RJ, o economista Paulo Guedes, assumiu o Ministério da Fazenda, ele próprio o denominou como o "liberal" da Escola de Chicago.   De economia liberal pouco pratica.   Paulo Guedes é economista e é consultor de sucesso no meio empresarial, que guarda pouca ou nenhuma semelhança com o pai da economia liberal, o professor Milton Friedmann, (1912/2006), da Universidade de Chicago, cuja ideia foi adotada pelo presidente Ronald Reagan dos Estados Unidos (1981 a 1989) com a sua "desregulamentação" da economia, que deu uma nova impulso à economia americana.   Curiosamente, o ditador Augusto Pinochet, adotou os "Chicago boys", para implantar a economia liberal no Chile, que perdura até hoje, apesar do governo de esquerda.

             E, hoje, no Brasil, o Ministério da Economia é comandado pelo advogado Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, ex-prefeito da cidade de São Paulo, com pouco conhecimento da "macroeconomia", criador de frase de efeito como "arcabouço fiscal", que nada mais é do que a velha e importante "política fiscal" do Governo.   

          Brasil é feito de "pirotecnias".

          Ossami Sakamori    


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