segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Ni hao !

 

O fortalecimento  do BRICS com a participação dos produtores de petróleo, os integrantes do OPEC, convite feito pela China e recusado pela Argentina, é comemorado pelo Presidente Lula e pelo agronegócio brasileiro, porém, na minha opinião vem na contramão dos interesses do Brasil.   

           A afirmação acima possa parecer, ao ser analisado superficialmente, incoerente com minha posição sobre tema da economia global.   Porém, a manobra é francamente favorável para a China e para os produtores de petróleo, que tem as reservas cambiais robustas.  Para a China que tem reservas em US$ trilhões e com clientes para produtos industrializados nos Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e Japão, só aufere vantagens, ao contrário do Brasil.  

           Para a China, que tem reservas cambiais ao redor de US$ 3,2 trilhões, com a manobra pretendida, de pagar as importações em "yuan", a sua moeda oficial, o "ren-men-bi", vai deixar de gastar a sua reserva cambial em dólares, US$, em suas importações, a sua reserva cambial em moeda americana só cresce.    No caso do Brasil que vai receber exportações para a China em moeda chinesa, yuan, ¥, ou em moeda brasileira, o real, R$, a influência chinesa no comércio bilateral China/Brasil, tende a expandir, porém com grande vantagem para a China.   Na prática, os commodities, incluído produtos agrícolas, receberemos em ¥.  O Brasil, que é tradicional exportador de commodities para a China, com certeza, vai ficar com reserva cambial em ¥, robusta, porém, de pouca aceitação no mercado financeiro global.   

            Na prática, o Brasil que é exportador de commodities e importador de produtos manufaturados, essa troca de US$ por ¥ é um péssimo negócio para o País.  O Brasil sairá da dependência dos Estados Unidos para ficar dependente da China, que na prática, só trocamos de "patrão".   O Lula, o nosso Presidente da República, que quer se firmar no cenário internacional, que pouco entende de macroeconomia, acha que a decisão do BRICS, em adotar moeda chinesa nas transações bilaterais, é um grande feito para o Brasil.  

            O agronegócio e exportador de minério de ferro, cujo destino, em sua maior parte é para a China ou por sua ordem, seria conveniente, analisar o reflexo da decisão do BRICS, se atende aos seus interesses.  Viva, China!  

            Ni hao! 

            Ossami Sakamori

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