domingo, 7 de julho de 2019

Paulo Guedes mente!



Com a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados, nesta semana, o mercado financeiro está otimista.  O ministro Paulo Guedes comemora a aprovação de uma das reformas estruturantes que o Brasil espera, com muito otimismo.  O governo Temer já tinha feito o esboço da reforma previdenciária, na sequência da reforma trabalhista, já em vigor.  No entanto, o envolvimento do Temer na Lava Jato, a tarefa ficou para o atual governo.  Seja como for, a reforma da previdência deverá ser aprovada pelo Congresso Nacional como saiu da Comissão Especial da Câmara dos Deputados, até o final de setembro pelo Senado Federal.

É muito cedo para comemoração num País que está no atoleiro de "rombos fiscais", desde 2015. A principal causa do "déficit nominal", não é propriamente o "rombo da previdência".  Eu já escrevi que a reforma da previdência é hipossuficiente para retomada do crescimento e não vejo motivo para mudança do pensamento.  O maior problema do Brasil está no pagamento de juros da dívida pública federal cujo estoque já está no patamar de R$ 5,5 trilhões brutos ou R$ 3 trilhões líquidos.  O valor corresponde grosso modo ao pagamento de juros da dívida pública em R$ 375 bilhões ao ano.  

 A economia que virá com a reforma da previdência será ao redor de R$ 100 bilhões ao ano, já que a economia está projetado para 10 próximos anos é de R$ 1 trilhão.  Paulo Guedes e o Palácio do Planalto insiste e a grande imprensa insiste na divulgação do número de R$ 1 trilhão, para dar a "falsa ideia" de que a reforma da previdência resolve todos os problemas fiscais do Brasil.  O "rombo fiscal", somado o "déficit primário" e os "juros da dívida pública", ultrapassam R$ 500 bilhões por ano.  Como pode ver, mesmo após a reforma da previdência aprovada, o "rombo fiscal" continua a ser gigantesco R$ 400 bilhões anuais, pelo menos nos próximos anos, com tendência de aumento.  

Nem é necessário ser um gestor público,  Paulo Guedes do Ministério da Economia ou Campos Neto do Banco Central, para ensaiar um prognóstico de que o País está longe de entrar na rota de crescimento econômico sustentável.  Desafio os formuladores da política econômica contrapor à minha afirmação, sem utilizar das filigranas econômicas.  O povo já cansou das "mesmas ladainhas" utilizadas pelos governos anteriores.  A prioridade para os gestores públicos, será sempre, atender os investidores especulativos em detrimento aos investidores produtivos.

Enquanto não for feito, no mínimo, a prometida reforma tributária, o Brasil não entrará na rota do crescimento econômico sustentável.

Ossami Sakamori

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