quinta-feira, 25 de julho de 2019

Porquê o Brasil está estagnado?



Na coluna de hoje do Estadão, a economista chefe da XP Investimentos faz a análise realista da situação econômica do País.  Diz a Zeina Latif: "Em meio a doses de desânimos em relação ao quadro econômico, muitos questionam quando será possível uma arrancada do crescimento". Continua ela: "A resposta passa pela compreensão do porquê o Brasil está estagnado".  É a pergunta que todos fazem, sem terem uma resposta adequada por parte dos responsáveis da política econômica do País. 

Segundo Zeina Latif, fazer diagnósticos não é tarefa fácil. Alguns economistas consideram que haveria necessidade de "choques" de curto prazo, como a da liberação do FGTS e PIS/PASEP do ministro Paulo Guedes. A equipe econômica do atual governo aponta a mudança profunda na política econômica dos últimos anos do governo PT, com o corte de gastos públicos, como saída para o crescimento econômico.  Num ponto essencial, concordo com a colunista do Estadão: Há uma falta generalizada do protagonismo estatal, em obras de infraestrutura, como sempre foram, os "carro chefe" do desenvolvimento acelerado do crescimento econômico.  As Parcerias Públicas-Privadas anunciadas são de longa maturação, isto é num prazo de 30 anos.  

A política econômica, dito como liberal, do Paulo Guedes, no entanto, esquece o principal objetivo da política econômica que é colocar o nível de desemprego em nível aceitável. Não é possível que o País "ignore" os quase 50 milhões de trabalhadores, dentre cerca de 110 milhões da força de trabalho, estejam em situações vulneráveis.  Trabalhadores em situações  vulneráveis são os desempregados, os desalentados, os nem-nem e os subempregados.  No Brasil, os trabalhadores com carteira assinada são apenas 33 milhões dentre 110 milhões da força de trabalho.  Enquanto a equipe econômica não se debruçar sobre o tema, como seria em qualquer país desenvolvida do mundo, não haverá uma arrancada para um crescimento sustentável.  

Como disse a analista chefe do XP Investimento:  "Vamos encarar os fatos.  Não há milagre para gerar uma arrancada de crescimento.  A fraqueza da economia não é conjuntural, mas sim estrutural".  Enquanto isso, a maioria da população brasileira vai continuar comendo o "pão que o diabo amassou".

Ossami Sakamori 

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