domingo, 28 de julho de 2019

Economia do País. Dá para ser feliz assim?

 

Quem não fugiu das aulas de macroeconomia, vai entender sobre o que está acontecendo no País, pelo menos nos últimos 10 anos.  Há uma indagação do empresariado, do mercado financeiro e do povo brasileiro, o porquê do Brasil continuar "patinando" nos últimos anos, incluído este.  Presidente Jair Bolsonaro, ainda candidato, prometeu ao povo uma mudança profunda na economia.  Paulo Guedes, escolhido como ministro da Economia, prometeu implementar a economia liberal pregado pela Universidade de Chicago e implementado pelo ditador Augusto Pinochet do Chile, há pelo menos 50 anos, pelos conhecidos seus "Chicago Boys".

Muito antes, a economia liberal foi implementado pelo presidente Ronald Reagan dos Estados Unidos (1981 a 1989).  A administração Reagan ficou marcado como que promoveu a maior "desregulamentação da economia", num país marcado como "economia do mercado" e também conhecido como a democracia mais longeva do mundo.  Não é por acaso que os Estados Unidos é a maior economia do mundo, respondendo por 25% do PIB mundial, com cerca de 5% da população do planeta.  

Nesse ínterim, o Brasil passou pelo regime militar, de 1964 a 1985, o mesmo que o Chile passou.  A diferença é que Augusto Pinochet adotou os "Chicago Boys" e deu-lhes a autonomia para formulação da política econômica que perdura até os dias de hoje.  Paulo Guedes pode ter frequentado a mesma Universidade de Chicago, mas não teve a aula com o professor de todos eles, o Milton Friedmann.  O ministro da Economia sempre esteve atuando no "mercado financeiro" e é "operador" eficiente deste.  Na prática, o ministro Paulo Guedes nunca esteve à frente do setor produtivo.  Paulo Guedes não conhece o "chão de fábrica".  

O preâmbulo é necessário para entender, a atual política econômica e monetária do País.  O ministro da Economia fala em equilíbrio fiscal, isto é, déficit primário "zero".  Para entender, o País apresenta "déficit primário" desde 2015. Já no ano de 2000, o Congresso Nacional aprovava a Lei de Responsabilidade Fiscal, que já previa "gastar somente aquilo que arrecada".  Para permitir o contínuo "déficit primário", desde 2015, o governo Temer aprovou a Emenda do teto dos gastos que estabeleceu como o teto dos gastos aos de 2016, corrigido pela inflação.  

Hoje, estamos no regime em que o "déficit primário" é permitido, desde que os gastos públicos não sejam maiores do que de 2016.  Vamos lembrar que em 2016, o PIB brasileiro cresceu apenas 1%.  Enquanto estiver em vigor a Emenda do teto dos gastos públicos, o País está impedido de fazer investimentos em educação, saúde e segurança pública.  O País está com mãos atadas, também, para fazer investimentos em infraestruturas, tão necessárias para baixar o "custo Brasil".  O País está fadado a crescer 1% ao ano, se depender do governo federal. 

A Emenda do teto dos gastos públicos, providencialmente, excluiu dos gastos públicos, o pagamento de juros da dívida pública.  É aqui é que mora o "perigo".  O Brasil tem dívida pública bruta ao redor de R$ 5,5 trilhões e dívida pública líquida ao redor de R$ 3,9 trilhões.  Considerando a taxa Selic de 6,5%, o total de gastos com juros ascende a R$ 350 bilhões.  Os clientes do Paulo Guedes, no setor privado, são beneficiários da taxa Selic alta.  O País está pagando a taxa de juros reais a mais alta do mundo, junto com a combalida Turquia.  Isto, o ministro da Economia não faz referência.

Tem gente graúda, de banqueiros a grandes conglomerados empresariais, rindo atoa com a política econômica e monetária do Guedes e Campos Neto, auferindo as vultosas rendas sem mover uma palha e sem correr risco nenhum. Enquanto isso, 50 milhões de trabalhadores vivem na "rua da amargura", sem saber o rumo da vida e saber para quem recorrer.  

Dá para ser feliz, assim?

Ossami Sakamori


Um comentário:

Sauldavi disse...

Os Chicago Boys levaram os EUA a maior concentração de renda da história e a ser um país que vive do padrão dólar. Tem a maior dívida do mundo, impagável, ou seja se não fosse o padrão dólar na economia mundial os EUA seriam um país falido. E as crianças, sim as crianças, nos EUA cerca de 40 milhões comem e estudam mal, e milhões de americanos não btem acesso a saúde, isso é país desenvolvido?