Ontem, o presidente Bolsonaro não compareceu ao encontro com a imprensa internacional, preparado que estava para acontecer no Centro de Congressos de Davos, dentro do programa do Fórum Econômico Mundial. O evento estava marcado para às 16 h. Às 16h15, uma funcionária do Fórum foi à sala de imprensa e anunciou oficialmente o cancelamento. Isto não pegou bem para o presidente Bolsonaro e para o Brasil.
Na véspera, dia 23, terça-feira, o presidente Bolsonaro discursou numa sessão especial, reservada a chefes de governo, pelo Fórum. O discurso que estava previsto pela comitiva brasileira em 30 minutos, foi reduzido a menos de 10 minutos pela direção do Fórum. Visivelmente constrangido, o presidente Bolsonaro respondeu às perguntas do fundador do Fórum Klaus Schwab sobre temas importantes para investidores, como as reformas.
Ninguém entendeu, segundo a grande imprensa, porque teria ocorrido o cancelamento do encontro. Assim como todos brasileiros, torço pelo sucesso do presidente Bolsonaro, porque o sucesso dele é o nosso sucesso. Brasil passou por "depressão" braba de 2015/2018, a pior crise econômica desde depressão mundial de 1929. O Brasil passa por uma crise econômica e uma crise moral sem precedente. O Brasil tem somente duas saídas: crescer menos ou crescer estupendamente. Para tanto, o presidente Bolsonaro precisa definir com muita clareza para que lado quer ir.
Por influência do escritor e filósofo Olavo de Carvalho, o autodenominado "guru" do Bolosonaro, o presidente nomeou para o Ministério de Relações Exteriores, o diplomata de segunda linha do Itamaraty, o Ernesto Araújo. O novo ministro de Relações Exteriores do Brasil defende a "anti-globalização" e "alinhamento automático" do Brasil aos Estados Unidos. Sob a orientação do Ernesto Araújo, o presidente Bolsonaro, cancelou a realização do COP-25 no Brasil. Isto pegou muito mal para o mundo. Deixou o mundo "globalizado" com um pé atrás.
Tudo que está ocorrendo, o "frio" tratamento do Fórum Econômico Mundial, o símbolo máximo da "globalização", ao presidente Bolsonaro, já era esperado. Sob comando do Ernesto Araújo no Itamaraty, o Brasil defende, pelo contrário, a "anti-globalização". É um detalhe que a imprensa brasileira não tem dado destaque, mas é isto. Brasil está a caminhar na "contra-mão" do mundo. Esse tipo de "arroubo", nós já vimos em outros tantos "filmes".
Outro fato que destacou no primeiro painel do presidente Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, o povo brasileiro já conhece: a falta de definição e clareza sobre as principais reformas estruturantes como a da previdência e a tributária. No mundo globalizado, não permite amadorismo e nem tão pouco o improviso.
Antes de tudo, internamente, o presidente Bolsonaro terá de definir para que lado quer conduzir o País: O Brasil vai caminhar para "globalização" ou "anti-globalização". Já dizia o famoso William Shakespeare, no século XVI: "Ser ou não ser", eis a questão.
Ossami Sakamori
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