quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Presidente Bolsonaro: "ser ou não ser", eis a questão


Ontem, o presidente Bolsonaro não compareceu ao encontro com a imprensa internacional, preparado que estava para acontecer no Centro de Congressos de Davos, dentro do programa do Fórum Econômico Mundial. O evento estava marcado para às 16 h. Às 16h15, uma funcionária do Fórum foi à sala de imprensa e anunciou oficialmente o cancelamento. Isto não pegou bem para o presidente Bolsonaro e para o Brasil.

Na véspera, dia 23, terça-feira, o presidente Bolsonaro discursou numa sessão especial, reservada a chefes de governo, pelo Fórum.  O discurso que estava previsto pela comitiva brasileira em 30 minutos, foi reduzido a menos de 10 minutos pela direção do Fórum.  Visivelmente constrangido, o presidente Bolsonaro respondeu às perguntas do fundador do Fórum Klaus Schwab sobre temas importantes para investidores, como as reformas. 

Ninguém entendeu, segundo a grande  imprensa, porque teria ocorrido o cancelamento do encontro.  Assim como todos brasileiros, torço pelo sucesso do presidente Bolsonaro, porque o sucesso dele  é o nosso sucesso.  Brasil passou por "depressão" braba de 2015/2018, a pior crise econômica desde depressão mundial de 1929.  O Brasil passa por uma crise econômica e uma crise moral sem precedente.  O Brasil tem somente duas saídas: crescer menos  ou crescer estupendamente.  Para tanto, o presidente Bolsonaro precisa definir com muita clareza para que lado quer ir.

Por influência do escritor e filósofo Olavo de Carvalho, o autodenominado "guru" do Bolosonaro, o presidente nomeou para o Ministério de Relações Exteriores, o diplomata de segunda linha do Itamaraty, o Ernesto Araújo.  O novo ministro de Relações Exteriores do Brasil defende a "anti-globalização" e  "alinhamento automático" do Brasil aos Estados Unidos.  Sob a orientação do Ernesto Araújo, o presidente Bolsonaro, cancelou a realização do COP-25 no Brasil.  Isto pegou muito mal para o mundo. Deixou o mundo "globalizado" com um pé atrás. 

Tudo que está ocorrendo, o "frio" tratamento do Fórum Econômico Mundial, o símbolo máximo da "globalização", ao presidente Bolsonaro, já era esperado.  Sob comando do Ernesto Araújo no Itamaraty, o Brasil defende, pelo contrário, a "anti-globalização". É um detalhe que a imprensa brasileira não tem dado destaque, mas é isto. Brasil está a caminhar na "contra-mão" do mundo.  Esse tipo de "arroubo", nós já vimos em outros tantos "filmes". 

Outro fato que destacou no primeiro painel do presidente Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, o povo brasileiro já conhece: a falta de definição e clareza sobre as principais reformas estruturantes como a da previdência e a tributária. No mundo globalizado, não permite amadorismo e nem tão pouco o improviso.  

Antes de tudo, internamente, o presidente Bolsonaro terá de definir para que lado quer conduzir o País: O Brasil vai caminhar para "globalização" ou "anti-globalização".  Já dizia o famoso William Shakespeare, no século XVI: "Ser ou não ser", eis a questão. 

Ossami Sakamori

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