quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Ministro Ernesto Araújo não se sustenta

Crédito da imagem: Estadão

Por mais que o escritor Olavo de Carvalho seja competente e que tenha sido referência para que o presidente Bolsonaro pudesse consolidar a sua posição política de direita, ele não pode se achar o "guru" do presidente.  Jair Bolsonaro se elegeu com o seu posicionamento político e sua carisma próprios.  O presidente Bolsonaro está longe de ser um boneco ventríloquo, como o escritor quer que o seja. O nosso presidente tem um longo currículo: foi aluno da Academia Militar de Agulhas Negras, foi capitão do Exército, vereador e deputado federal por longos 28 anos.  Ninguém pode se achar o "guru" do presidente. 

É certo que o escritor Olavo Carvalho, um neo-brasilianista (mora nos Estados Unidos), tenha lapidado o pensamento do presidente, com ideias contra a ideologia da esquerda, alertando sobretudo da disseminação da ideologia emanada do "Foro de São Paulo".  É certo também que o Olavo Carvalho tenha indicado o ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo e o ministro da Educação Ricardo Vélez Rodrigues, boliviano de origem e naturalizado brasileiro, não o credencia em indicar um nome para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos.  O presidente tem seu posicionamento próprio!

A grande imprensa noticia que o futuro embaixador do Brasil nos Estados Unidos será o diplomata Nestor Forster Júnior, um amigo e seguidor do Olavo de Carvalho, de longa data, segundo outras fontes.  O Nestor Forster Júnior é ministro de segunda classe da Carreira Diplomata do Ministério de Relações Exteriores, da Embaixada do Brasil. Se de fato ocorrer a nomeação, o presidente Bolsonaro estará fugindo das regras que o cargo de Embaixador do Brasil nos Estados Unidos, sempre mereceu devida importância.  Os Estados Unidos é de longe a maior potência econômica e bélica do mundo, representando 25% do PIB do mundo.  

O próprio ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo, apesar de ter exercido funções importantes como Vice-Chefe de Missão na Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, de 2010 a 2015, somente em junho de 2018, foi promovido a Ministro de Primeira Classe.   As informações constam do wikipedia de que o posto é usualmente chamado de "embaixador", mesmo que o diplomata jamais tenha chefiado  uma embaixada.  Este é o caso do ministro Ernesto Araújo e do Nestor Forster Júnior. Eles nunca foramm "embaixadores" de fato.  Só de mentirinha...

A mudança da embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém, um tema polêmico que poderá afetar o comércio exterior do Brasil, bem como, a última "atrapalhada", consertado à tempo pelo presidente, sobre a "concessão" da instalação de uma base militar dos Estados Unidos no Brasil, deve ter sido ideia do "guru" Olavo de Carvalho e sua equipe.  Sem querer botar a lenha na fogueira, o "guru" Olavo de Carvalho defende o "alinhamento automático" do Brasil aos Estados Unidos. Há controvérsia sobre o assunto!

Sem querer fazer previsão, que tenho acertado com alguma frequência, o ministro Ernesto Araújo deverá ser a primeira baixa do quadro de ministros do Planalto.  

Ossami Sakamori
@Saka_Sakamori

4 comentários:

Eli Reis disse...

Neste início de governo, eu acho que o Brasil não deve anunciar amor profundo e eterno com quaisquer países.

Temos que considerar as intenções de aproximação dos outros países, todas elas, e analisar o efetivo engajamento que se pode ter e os interesses dos dois lados.

Qualquer definição efetiva sem essa pré-análise, uma profunda análise anterior é leviana e desinteressante.

Unknown disse...

Penso que algumas regras ñ devam ser desrespeitadas. Para os EUA, existem Embaixadores que ñ são traidores da Pátria e são diplomatas mais experientes. Quem conhece verdadeiramente Olavo de Carvalho sabe que ele tem condições de deixar nosso Presidente em situação embaraçosa. Vamos torcer para que isso ñ aconteça. Boa sorte Presidente.

Cury disse...

Você está errado.
Toda mudança não consiste em repetição do passado , mas em quebra de paradigmas.

Unknown disse...

Rotular com a frase "nunca foram embaixadores de fato, só de mentirinha", é de tamanha ignorância e completa falta de bom senso. É ignorar por completo a formação acadêmica do Itamaraty e seus diversos anos de missões diplomáticas, com vivência e conhecimento empírico do ambiente e know-how do trabalho.