Crédito da imagem: Globo
Não resolve a situação de insegurança nas favelas do Rio de Janeiro sem uma efetiva participação do Estado brasileiro no "provimento" de necessidades básicas da população. Coloco em dúvida o resultado da intervenção federal por um período curto, pouco mais de 10 meses, para resolver a "ocupação" das favelas pelo tráfico de drogas. O buraco é mais embaixo!
O Exército brasileiro vangloria-se de ter participado da missão de pacificação do Haiti, convocado que foi pela ONU, de 2004 até 2017. Coube o comando da missão ao Exército brasileiro chefiar a missão de paz por 13 anos. Eu disse 13 anos! O general Braga Neto sabe exatamente o que em para ele resolver. Resolver as ocupações de tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro cuja população, não se sabe exatamente, estimado em pouco menos de 500 mil pessoas. O general Braga Neto sabe que o espaço de tempo é muito curto para "pacificar" todas favelas do estado de Rio de Janeiro.
Durante uma visita ao Brasil em 2014, o senador haitiano Jean Charles Moise, fez um pedido ao governo brasileiro para substituir seus tanques de guerra por tratores agrícolas, numa clara alusão de que o problema do Haiti não era de ocupações pelo tráfico de drogas, mas de prover aquele país de uma ajuda mais permanente do que simples "ocupação" temporária de Exército. Trocando em miúdos, os favelados do Rio de Janeiro, querem ver resolvidos as suas necessidades básicas imediatas como creches, escolas fundamentais, unidades de pronto atendimento, vias de acesso pavimentadas, energia elétrica, água, que população vizinha de muro tem acesso.
O exemplo vem do Cité Soleil, uma favela da periferia da capital Porto Príncipe, Haiti, com população estimado em 400 mil habitantes. Durante 13 anos, o Exército brasileiro, ocupou Cité Soleil fazendo "patrulhamento ostensivo" nas ruelas e becos para "inibir" a presença do tráfico de drogas e violências decorrentes. Com fim da missão o Exército brasileiro entregou o "patrulhamento ostensivo" (vide foto do topo da página) para a Polícia Nacional Haitiana, que assumiu o controle da segurança. Disse o coronel Alexandre Cantanhede do Exército brasileiro, "o sentimento é de dever cumprido", na despedida do Haiti.
Eu avalio o sentimento do povo fluminense em relação ao tráfico de drogas nas favelas. No entanto, discordo o pensamento de maioria de que o tráfico de drogas deve ser combatido com "matança" dos traficantes, como "abater" animais. Se o tráfico de drogas se instalou pela "ausência" do Estado, por que não prover as favelas de suas necessidades básicas, além do "patrulhamento ostensivo" das suas ruas e vielas. O tráfico de drogas com armamentos pesados não se sustenta num ambiente sadio e patrulhado.
Enquanto o governo brasileiro não resolver o alarmante problema de desemprego, mais de 12 milhões de trabalhadores formais e outros 40 milhões de trabalhadores no sub-emprego, a intervenção federal é como tentar curar com gases e esparadrapos o câncer em metástase. O remédio para a criminalidade nas favelas não está tão somente na repressão, mas sobretudo no atendimento às necessidades básicas da população. A solução é remédio sistêmico!
Cité Soleil é aqui !
Ossami Sakamori
4 comentários:
Correto,corretíssimo.
Como sempre Saka, vc dá a solução. Povo com trabalho,escola, ruas e ñ ruelas, ñ é povo excluído. Está certo acabar com os traficantes, mas precisa escutar o povo. O povo quer limpeza e ordem. Agora os grandes bandidos estão no Planalto. Eles mandam o Exército para limpar sua sujeira, mas ñ mandam a água, o esgoto, a luz, as escolas e o emprego subir o Morro.
Concordo qdo o Mestre fala do desemprego. Qto aí exército nos morros Cariocas não.
Sou Carioca e o tráfico nas favelas eh Lei e Ordem!!!
Para que possa haver saneamento básico saúde educação nas favelas eh preciso autorização do tráfico ou os funcionários das empresas, entrarem com os policiais, vcs de outros estados têm essa noção???
Os traficantes são animais que precisam ser abatidos sim!!! Veja no YouTube vídeos deles castigando moradores que não cumprem as suas regras, geralmente são mortos para que sirvam de exemplo... Depois conversamos mais!
A questão do Rio de Janeiro passa pela descriminalização das drogas leves, veja o exemplodo Uruguai, Amsterdã, Estados Unidos onde alguns estados liberaram a venda e cobrando impostos. Essa criminalização simplesmente cria um mercado fechado. Quem é viciado em drogas no maximo é doente nunca um bandido. Pensem voces ai que estão lendo se voces são viciados em alguma coisa, qualquer coisa tipo: chocolate, cerveja etc, se forem privados obrigatoriamente disso o que voces fariam para comprar ?
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