quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Comemorar inflação baixa?

Crédito da imagem: Governo do Ceará

Não entendo a exacerbada comemoração sobre a baixa da inflação, 2,95% ao ano, no final de dezembro de 2017. O próprio presidente do Banco Central Ilan Goldfajn prevê estabilidade no primeiro semestre, mas uma alta moderada no segundo semestre. O Banco Central prevê terminar este ano com inflação no centro da meta ou seja em 4,5% ao ano. Infelizmente o dado comemorado não é resultado da política econômica e monetária acertada da equipe econômica comandada pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles.  O resultado é proveniente da pior depressão dos últimos 100 anos!

A inflação bateu o pico de alta no ano de 2015, quase batendo nos 10% ao ano. De política econômica equivocada da presidente Dilma o País entrou em uma grande "depressão". Nos dois primeiros anos, 2015 e 2016, a e economia brasileira viu acontecer a "estagflação" ou estagnação somado à inflação. Finalmente, à partir de 2016, em consequência do índice de desempregados a mais alta da história, 13 milhões de trabalhadores que somado aos "sub-empregados" resulta em 40 milhões. A falta de demanda provocada com saída deste contingente do mercado de consumo, inevitavelmente, produziu a queda da inflação. Isto é que o governo Temer está comemorando. A queda da inflação conquistado às custas de um enorme sacrifício da população brasileira.

A matriz econômica que poderia estar provocando a queda da inflação, pelo contrário, está a produzir ingredientes para "explosão" da inflação, quando o número da desempregados diminuir. Se não fosse a falta de demanda causado pelo elevado número de desempregados, a inflação estaria nos números dantes. Por outro lado, o equívoco da política econômica está a produzir os "déficits primários" e "déficits nominais" sempre crescentes. Qualquer economista sabe que os sucessivos "déficits primários" ou "rombos fiscais" cobertos com emissão de títulos do Tesouro provocam, inexoravelmente, a inflação.

A atual queda da inflação não é produto do acerto da política econômica e monetária do governo Temer. O próximo governo, o que tomará posse em janeiro de 2019, encontrará o quadro da economia insustentável. Com certeza absoluta, o próximo governo deverá mudar a matriz econômica que privilegie o setor produtivo ao invés de setor financeiro ou bancário. Sem mudança na matriz econômica, o Brasil caminha celeremente à condição de Grécia de ontem. 

Quem está a comemorar com a atual política econômica e monetária, certamente, não entende da gravidade da situação econômica do País.  O ministro da Fazenda Henrique Meirelles sabe disso. Meirelles não é nenhum amador para entender a gravidade da situação. 

Qualquer candidato à presidente da República que não leve em conta a real e grave situação econômica do País, não se pode levar à sério. Será mais um "salvador da pátria" como tanto que o País já teve experiência desastrosa no passado recente.

Ossami Sakamori


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