O governo Temer divulgou a arrecadação do governo federal de R$ 1,34 trilhão no ano de 2017. Para calcular os "gastos correntes" do governo federal deve-se somar o "déficit primário" de 2017 estimado em R$ 159 bilhões, desta forma, conclui-se que o governo da União gastou em 2017, nada menos que R$ 1,5 trilhão. O número corresponde a cerca de 25% do PIB estimado para o mesmo ano. Nestes gastos não está incluído os gastos dos governos estaduais e municipais. O certo é que o governo federal vive de dinheiro dos agiotas internacionais para pagar as suas contas.
O governo federal ainda tem as despesas referentes aos juros da dívida pública federal, calculei sobre a média da taxa Selic de 8% em 2017, as despesas de juros do Tesouro Nacional e do Banco Central calculado sobre o estoque médio da dívida líquida pública ultrapassa R$ 240 bilhões. O governo federal não consegue cobrir nem os gastos correntes, então, muito menos os juros da dívida pública. Desta forma, o governo da União gerou o "déficit nominal" em cerca de R$ 400 bilhões no ano passado, foi o dinheiro que faltou para pagar todas contas de 2017.
Desta forma o gasto total do governo Temer em 2017 somou R$ 1,74 trilhão, incluído os juros da dívida pública federal. O que impressiona é a velocidade com que a dívida pública federal cresce. A dívida pública cresce porque o governo da União gasta mais do que arrecada, como podem ver acima. Em tese, o governo emitiu R$ 400 bilhões em títulos do Tesouro Nacional para pagar suas contas, o que tecnicamente denominamos de "déficit nominal".
Literalmente, o Brasil paga suas despesas correntes com dinheiro dos empréstimos. É por estes e outros motivos que as Agências de classificação de riscos consideram a nota do Brasil no nível de grau "especulativo" ou simplesmente grau "lixo". Vamos insistir, o governo do Brasil arrecadou R$ 1,34 trilhão e tomou emprestado mais R$ 400 bilhões para a própria sobrevivência.
Literalmente, o Brasil paga suas despesas correntes com dinheiro dos empréstimos. É por estes e outros motivos que as Agências de classificação de riscos consideram a nota do Brasil no nível de grau "especulativo" ou simplesmente grau "lixo". Vamos insistir, o governo do Brasil arrecadou R$ 1,34 trilhão e tomou emprestado mais R$ 400 bilhões para a própria sobrevivência.
Os números mostram que o Brasil precisa ser "reinventado". O País deveria concentrar suas atividades nos setores essencialmente de natureza públicos como educação, saúde e segurança pública e deixar as atividades não essenciais do setor público para o setor privado. Enfim, o País precisa urgentemente sair da economia neoliberal, intervencionista, e partir para economia predominantemente liberal.
Fico triste em ver que os candidatos à presidência da República não debatem o tema macroeconômico com profundidade. Talvez a falta de interesse esteja no medo dos candidatos em perder votos dos que dependem da tutela do Estado. O candidato que apresentar uma matriz econômica que leve em conta os aspectos levantados aqui, leva meu voto.
Por enquanto, o Brasil está um lixo!
Por enquanto, o Brasil está um lixo!
Ossami Sakamori
5 comentários:
Caríssimo professor, nosso problema é eleitoral, nenhum governo consegue ser claro e explícito em ano eleitoral, temos um eleitor que quer ouvir boas novas, não boas maneiras.
Nossa dívida interna já está sendo projetada para chegar a 4 trilhões, nossos candidatos mitam com devaneios e delírios econômicos, ninguém em sã consciência irá dizer que são necessários cortes profundos na carne governamental.
Mesmo conseguindo aprovar a famigerada REFORMA DA PREVIDÊNCIA, necessária para o país, jamais iremos equilibrar esse deficit nominal no patamar atual.
Nosso Brasil está órfão de grandes estadistas com visão de mercado, geopolítica, experiência administrativa, ser ilibado, e se não for, parecer ilibado.
NÃO VOTO NO HULK. SÓ VOTO NO CAPITÃO AMÉRICA
Prezado Sakamori, vou comentar com perguntas:
1. Os candidatos não estariam deixando de responder ao que você coloca devido não terem esses dados em mãos?
2. Teriam assessoramento técnico com conhecimento especifico nestes tópicos que você está listando?
3. O governo libera informações necessárias para que se possa fazer um bom programa de governo?
4. Fazer análises e previsões políticas baseadas em fatos imediatos não são mais fáceis seca e fazer que prognósticos maus profundos?
Se as respostas forem sim, três fatos acontecem:
A. Estão despreparados.
B. Preocupam-se apenas com "perfumaria".
C. Falta de "traquejo" em Evonomiace Planejamento Estratégico.
Favor corrigir:
Na pergunta 4.= ...mais fáceis de se fazer que prognósticos mais profundos?
No fato C.= ...em Economia e Planejamento Estratégico.
Prezado Eli dos Reis,
1. Alguns dados como déficit primário são informados com atraso, como ocorreu com o de 2017. Tomei como base a estimativa do próprio governo Temer de R$ 159 bilhões. No entanto, a Secretaria do Tesouro Nacional informou que o déficit primário fechou o ano de 2017 em R$ 124 bilhões. Esse atraso no fornecimento de dados, que em tese, já teria em mãos no dia 1.1.2018, só foi fornecido com 28 dias de atraso. Creio que foi interregno de tempo necessário para fazer o "ajuste" na contabilidade, como transferência de recursos de algum órgão público ou estatal para o Tesouro Nacional.
2. O déficit nominal é guardado a sete chaves. Não existe transparência nas informações. Os dados deveriam estar disponíveis para qualquer cidadão brasileiro, mas não acontece assim, infelizmente. O número de déficit nominal, que é total do "rombo fiscal", é assombroso! O número apresentado por mim, está muito bem próximo do número real.
3. O IPEA tem todos os dados. No entanto, o acesso às informações são dificultados para quem não mora em Brasília, o que é meu caso. O IPEA é um órgão do governo federal.
4. Todos os candidatos deveriam, primeiro distinguir as teorias econômicas neoliberais e as liberais para fazer o planejamento do governo. Sem a espinha dorsal da matriz econômica é impossível fazer qualquer Plano de governo. Sem definir primeiro qual matriz econômica adotar, fazer planejamento do governo é um verdadeiro chute.
5. Há que definir não só a política econômica, mas também a política monetária é impossível fazer planejamento de números. Definido a matriz econômica, pode-se fazer simulações para adotar a melhor solução para o País.
Muito obrigado pela oportunidade que você me deu para me manifestar com alguns detalhes.
Conte sempre com os meus comentários, aqui ou nas matérias.
Sakamori
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