quarta-feira, 2 de março de 2016

SOS OBESOS: Doentes e desrespeitados!

Por : jornalista e paciente Toninha Rodrigues

Título: Largados e pelados!

Deputado Felipe Bornier, médico da Abran e pacientes obesas

A saga da liberação do tratamento antiobesidade entra no seu quinto ano e está novamente na fila de espera para a pauta do Plenário do Senado Federal, desta vez nas páginas do Projeto de Lei da Câmara número 61/2015, de autoria do deputado federal pelo PSD do Rio de Janeiro, Felipe Bornier. 

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Em setembro de 2014 esse mesmo plenário aprovou o PDL 52/14 (atual Decreto Legislativo 273/2014), proposto pelo então deputado federal Beto Albuquerque, que foi anulado e sufocado logo em seguida pela Resolução RDC 50/14 da Anvisa, propositalmente imbuída de um pedido de “estudos que comprovem a eficácia dos medicamentos”. Logicamente, nenhum estudo é aceito.  E com essa birra da Anvisa de cancelar registros, nenhum laboratório se sente seguro em investir tão alto, para depois ficar à mercê de novo ataque de autoritarismo, como a rejeição dos estudos ou novo cancelamento de eventuais registros. 

Com o PLC 61/15 será diferente, pois tem força de lei e seu teor protege especialmente os pacientes de novas arbitrariedades da referida Agência de Vigilância Sanitária. Talvez por isso os parlamentares do PT e da base aliada do governo não desistem de atrapalhar a tramitação desse projeto, por mais que o assunto já tenha sido discutido em várias frentes do Congresso Nacional, por mais que comissões de médicos especialistas já tenham ido a Brasília conversar, esclarecer, intermediar e por mais que o clamor de milhões de obesos lotem as caixas postais, as redes sociais e movimentem os telefones dos gabinetes dos políticos pelos quais passa o referido projeto. 

Senadores questionam insistência de petistas e Anvisa 

A insistência de petistas e aliados em impedir a aprovação desse projeto já chamou a atenção de parlamentares quanto ao real interesse da Agência Nacional de Vigilância Sanitária em manter a proibição, como do senador Ronaldo Caiado na sessão da Comissão do Meio Ambiente, de 16/2 último, e do também senador Magno Malta em 2014, quando da votação em plenário do PDL 52. Ambos questionaram o que petistas e Anvisa pretendem com essa ofensiva sobre os inibidores anfepramona, femproporex e mazindol, enquanto mantêm a liberação para a sibutramina, que não é o mais eficaz no tratamento da obesidade e seus efeitos colaterais. Talvez seja um assunto para os setores competentes legais averiguarem. 

Muitas audiências e debates foram realizados ao longo desses quatro anos e meio de suspensão desses medicamentos, rendendo defesas e argumentações por vários outros parlamentares, sensibilizados com a situação de pacientes e médicos, como os deputados federais Luiz Henrique Mandetta, João Bacelar, Dr. Paulo Cesar, Jandira Feghali, senadoras Lúcia Vânia e Ana Amélia Lemos. 

Na votação da Comissão de Meio Ambiente estiveram presentes alguns pacientes e um representante da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) Regional de Brasília, Dr. Dimitri Homar, além do deputado Felipe Bornier. A conjugação de esforços foi determinante na vitória conseguida ali, diante da insistência da senadora Vanessa Graziottin (PCdoB), apoiada pelo petista Humberto Costa, e sua argumentação vaga de que a aprovação do PLC 61/15 “banalizará” o uso dos inibidores, contrariando o que reza o próprio projeto de lei, que indica no tópico “Justificação” a adoção de medidas de prescrição e comercialização, além da continuidade da Anvisa em fiscalizar o cumprimento dessas medidas. “Continuaremos a empregar o receituário específico para medicamentos de uso controlado, sabidamente o modelo B2 azul, e acompanhando o paciente, que terá a dosagem e tempo de uso indicados individualmente”, explica Dimitri Homar. 

Apesar da apelação da senadora para que a votação fosse adiada (mais uma vez!) e a afirmação de que não havia quórum, Vanessa Graziottin teve sua proposta de emenda rejeitada e derrubada, garantindo a continuidade da tramitação do projeto em seu teor original após os brilhantes esclarecimentos dos senadores Otto Alencar e Ronaldo Caiado, ambos médicos. Na emenda, a senadora propunha que continuassem sendo válidas as atuais determinações da Anvisa, conforme o descrito pela RDC 50/14. 

Banalização é dar poder ao mercado negro 

Ledo engano ou falta de informação da referida senadora, pois a banalização do uso e venda desses medicamentos está ocorrendo no presente momento, desde a proibição, com a invasão de pessoas que agem de má fé, aproveitando-se da situação de fragilidade de milhões de pacientes que diariamente são lesados pela oferta de substâncias vendidas como sendo anfepramona ou femproporex, mas descaradamente falsificadas e expondo ainda mais a vida dessas pessoas a sérios riscos. 

Outra alternativa que está, essa sim, se tornando banal é a cirurgia bariátrica. É unânime entre a classe médica que intervenções cirúrgicas são empregadas como último recurso. No caso da bariátrica, a indicação é para pacientes que não tenham obtido resultado com o tratamento farmacológico. “Muitos pacientes que fizeram cirurgia bariátrica voltam a engordar dentro de cerca de cinco anos. E atualmente essa cirurgia está se tornando rotina, expondo a pessoa a riscos de morte inclusive, quando poderíamos utilizar um tratamento que vinha sendo empregado há mais 50 anos sem nenhum registro de óbito, fato reconhecido inclusive pela ANVISA”, completa o diretor do Departamento de Obesidade e Síndrome Metabólica da ABRAN, Dr. Paulo César Lima Giorelli. 

Votação em Plenário urgente! 

Médicos, pacientes, parlamentares e sociedade continuarão na luta pela conscientização de que obesidade é doença grave, que requer tratamento específico e crônico quando o tratamento para os sintomas voltam, da mesma forma que ocorre em doenças como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e outras. 
Não é meramente comportamento de preguiça, de comilança ou de desleixo com a própria saúde, ao contrário do que a grande imprensa insiste em passar para a população, de maneira vaga e preconceituosa. “Obesidade tem variadas causas, como distúrbios genéticos, metabólicos, disfunções hormonais, distúrbios psicoemocionais e até infecção viral”, esclarece o presidente nacional da ABRAN, Dr. Durval Ribas Filho. 

É necessário que os senhores parlamentares se apropriem desse cenário de sofrimento e de luta e dessas informações, a fim de que justiça seja feita e a saúde garantida aos milhões de brasileiros com excesso de peso, que segundo o VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, já ultrapassa a marca de 100 milhões de brasileiros. 

Colaboraram Abran, Abeso e pacientes envolvidos com a luta pela aprovação do PLC 61/15. 

Toninha Rodrigues


26 comentários:

Tataleoa disse...

Obesos precisam de tratamento e passou da hora de resolverem essa situação de vez!! Pauta do Senado trancada. Libera a pauta pra votar o PLC 61/15 Renan Calheiros!!

Fabiana disse...

Ate quando vai continuar esse desrespeito com a população obesa nesse país,pacientes implorando pela.sua.medicação,pela dignidade é amor próprio,São 5 anos de luta,devolvam o direito ao obeso de se tratar.

Viviane Lauer disse...

Nesses quase 5 anos , nós obesos fomos muito discriminados por exigir a volta desses medicamentos o que dá para perceber o tabu de fazer mal em volta o uso dos inibidores de apetite está sendo quebrado , obesidade é uma doença crônica e como toda doença precisa de ser aplicado medicamentos e para nós esses são os únicos eficazes para essa patologia.

Unknown disse...

Este texto mostra bem o deserto ao qual os pacientes obesos foram lançados, juntamente com os médicos que os tratavam. Houve aumento da incidência de hipertensão , diabetes e patologias ortopédicas na medida em que os pacientes passaram a engordar por falta de tratamento. A " fila " para a cirurgia bariátrica também cresceu absurdamente ,sendo que o Brasil não tem infraestrutura para absorver tudo o que a privação de medicamentos acabou provocando. Estive em Brasília em uma reunião com os Deputados explicando a magnitude do problema , tendo apôio da maioria que estava presente, mas continuamos aguardando uma solução, que já passou da hora há muito tempo.

Anônimo disse...

obesidade é doença mas esta dificil de entenderem Doença necessita de tratamento e medicamentos proprio para o fim

Anônimo disse...

Estamos sendo descriminados obesidade precisa ser tratada sem medicamentos fica dificil, pois nem todos mesmo com reeducação alimentar exercicios fisicos QUE MUITOS NÃO PODEM FAZER conseguem emagrecer se é doença tem que ter medicamento

Cynthia M disse...

Muito bem descrita a longa caminhada que as pessoas têm traçado para alcançar um direito que a Anvisa arbitrariamente tirou. Obesidade é uma doença e quem sabe o melhor tratamento para o paciente é o médico. Emagrecer não é tao fácil como muitos dizem, principalmente para quem está muito a cima do peso.

Anônimo disse...

Ja faz 5 anos que obesos lutar por direito de se medicar com auxílio de um médico mas não conseguem pois anvisa e alguns petistas tentam impedir. Alguma coisa tem por trás de tudo isso.

Anônimo disse...

Não entendo o porque de tanta demora para aprovar um medicamento que era utilizado e perfeitamente adequado ao tratamento da obesidade.
Não se cura obesidade, é necessário tratar e controlar pelo resto da vida. Os inibidores de Apetite faziam isso de forma barate eficaz e segura.
Com a proibição tudo ficou muito pior e hoje em dia os obesos estão com a pior qualidade de vida que já tiveram.
O Senado poderia priorizar a saúde da grande população de obesos do Brasil e aprovar logo a volta desses remédios.

Unknown disse...

Acho um tremendo descaso com quem precisa da medicação pois ja tem 5 longos anos que obesos lutam para terem seus direitos de medicação com acompanhamento medico. Coloquem na pauta para que seja votade e desfaçam essa injustiça.

Unknown disse...

Cinco anos de sofrimento, muito bom o texto , é a realidade do obeso. E agora mais um golpe da anvisa que liberou a liraglutida (p diabetes e cara) para tentar manobrar o senado e nos calar. Os anorexígenos são seguros , tem 60 anos no mercado e são os únicos eficazes no combate a esta doença.

Unknown disse...

NÃO ESPEREM PESSOAS MORRER OU FICAREM DOENTES NOS AJUDEM PARA VOLTA DO INIBIDORES DE APETITE SEM ELES TODOS NÓS FICAMOS MAIS OBESOS A CADA DIA NÃO POR COMER TANTO MAS PELA GENÉTICA !!! NÃO TEMIS ESCOLHA E NEM OPÇÕES E NEM QUEREMOS REMEDIOS NO CÂMBIO NEGRO PQ NÃO TEMOS DINHEIRO, SOMOS CONTRA E PODEMOS MORRER TB.AJUDEM ENQUANTO É POSSÍVEL OU SERÁ TARDEVDEMAI PQ SÃO 5 ANOS SEM TRATAMENTO !!! MUITO OBRIGADA.

Tataleoa disse...

Exatamente. Bem lembrado Flavia. Sem contar o topiramato, que é pra epilepsia, venvanse, pra TDH e caríssimo, a sibutramina, que traz efeito positivo pra poucas pessoas. Até glifage, prescrito para diabéticos, os médicos estão receitando. PLC 61/15 JÁ!!!! DESTRANCA ESSA PAUTA E VOTA LOGO NOSSO PROJETO!

Fael Cruz disse...

O texto está de parabéns, muito bem representado por todos que estão nessa batalha. Só faltou dizer sobre a mídia opressora que também só atrapalha, manipulando, inclusive, números de obesos. Porém acho que todos já perceberam que nada irá nos calar, é só questão de tempo para venceremos essa guerra, e com certeza iremos lembrar de todos que nos apoiaram . no demais, parabéns toninha!

Anônimo disse...

Eu compro sem receita médica glifage 1g. Não estou para ir a consultas sempre que termina a embalagem de 30 comprimidos.

Unknown disse...

Só os obesos sofrem doscriminação e são doentes e estão sem tratamento eficaz há anos

Unknown disse...

Só os obesos sofrem doscriminação e são doentes e estão sem tratamento eficaz há anos

Elaine Raggiotto Boscioni disse...

Obesidade é doença e deve ser tratada como tal. A liberação da medicação nada mais é que o justo acesso dos obesos ao tratamento adequado.

VERLANY disse...

Obesidade é doença e o q queremos e nosso direito de escolher qual o tratamento fazer , sem ir direto para bariátrica , Q é uma mutilação , mas sempre tem alguém q diz entender mais q os médicos q estudam anos para isso é nós paciente q fazia tratamento e tinha uma vida saudável , sobre o direito político ñ vale a pena falar , Pq está cada dia mais evidente , até quando vamos ter q nós intupir de medicamentos para diabete , ipertencao , etc ... Q vem matando silenciosamente . Se com apenas um medicamento podemos controlar a obesidade ... .

carmen disse...

Durante mais de dez anos fiz uso dos inibidores, sempre com acompanhamento médico. Nunca sofri de nenhum efeito colateral, aliás sempre muito bem comigo mesma e com a estima nas alturas! Com a retirada do mercado dos inibidores, iniciou-se uma tragédia generalizada. Estamos nessa luta por cinco anos. Durante esse período muitos obesos já vieram a óbito. Precisamos que realmente os senhores se sensibilizem, trata-se de saúde pública e não de estética. Temos certeza que os senhores irão responder de forma favorável à nossa luta!!!

Unknown disse...

Algumas pessoas da minha família , amigos e inclusive eu fi uso de medicamentos pois sempre sofri com a obesidade. Conseguia manter minha saúde e o peso aceitável fazendo tratamento com anfepramona! Um absurdo o que firam com a população tirando os inibidores eficazes e que com controle médico não tínhamos quase nada de efeito colateral. Tive casos na família que por falta de tratamento acabaram fazendo a bariatrica e tiveram vários problemas, Duas amigas vieram a falecer devido a problemas decorrentes da cirurgia. Temos que ter o direito à tratamento e não esse açougue e a indústria das bariatricas. Precisamos do apoio dos senadores para voltarmos a ter nossos remédios!!!!

Unknown disse...

Também fazia o uso e na falta deles procurei um endócrino que me disse ganhe imediatamente alguns quilos e vem pra fazer cirurgia. Foi logo me passando os exames para a cirurgia. Fiquei chocada.

Unknown disse...

Também fazia o uso e na falta deles procurei um endócrino que me disse ganhe imediatamente alguns quilos e vem pra fazer cirurgia. Foi logo me passando os exames para a cirurgia. Fiquei chocada.

Tataleoa disse...

Absurdo o descaso com a saúde pública e com a situação de risco da população obesa! Que governo é esse?

Unknown disse...

Excelente matéria realmente precisa ser investigado com rigor esse INTERESSE da Anvisa e petistas em proibir o tratamento de milhões de pessoas que necessitam da medicação o que a AnVisa fez foi desumano

Unknown disse...

concordo, já passou da hora, tomei eles por mais de vinte anos, e nunca fizeram só bem, e não criou dependência, agora com a vinda das tais cirurgias mutiladoras que se acredita são bem vantajosas pros tais sistemas,lucro direto , revisando nunca fizeram mal e sim bem,vamos ver se um dia liberam pra nós, sucesso