Por : jornalista e paciente Toninha Rodrigues
Título: Largados e pelados!
Deputado Felipe Bornier, médico da Abran e pacientes obesas
A saga da liberação do tratamento antiobesidade entra no seu quinto ano e está novamente na fila de espera para a pauta do Plenário do Senado Federal, desta vez nas páginas do Projeto de Lei da Câmara número 61/2015, de autoria do deputado federal pelo PSD do Rio de Janeiro, Felipe Bornier.
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Em setembro de 2014 esse mesmo plenário aprovou o PDL 52/14 (atual Decreto Legislativo 273/2014), proposto pelo então deputado federal Beto Albuquerque, que foi anulado e sufocado logo em seguida pela Resolução RDC 50/14 da Anvisa, propositalmente imbuída de um pedido de “estudos que comprovem a eficácia dos medicamentos”. Logicamente, nenhum estudo é aceito. E com essa birra da Anvisa de cancelar registros, nenhum laboratório se sente seguro em investir tão alto, para depois ficar à mercê de novo ataque de autoritarismo, como a rejeição dos estudos ou novo cancelamento de eventuais registros.
Com o PLC 61/15 será diferente, pois tem força de lei e seu teor protege especialmente os pacientes de novas arbitrariedades da referida Agência de Vigilância Sanitária. Talvez por isso os parlamentares do PT e da base aliada do governo não desistem de atrapalhar a tramitação desse projeto, por mais que o assunto já tenha sido discutido em várias frentes do Congresso Nacional, por mais que comissões de médicos especialistas já tenham ido a Brasília conversar, esclarecer, intermediar e por mais que o clamor de milhões de obesos lotem as caixas postais, as redes sociais e movimentem os telefones dos gabinetes dos políticos pelos quais passa o referido projeto.
Senadores questionam insistência de petistas e Anvisa
A insistência de petistas e aliados em impedir a aprovação desse projeto já chamou a atenção de parlamentares quanto ao real interesse da Agência Nacional de Vigilância Sanitária em manter a proibição, como do senador Ronaldo Caiado na sessão da Comissão do Meio Ambiente, de 16/2 último, e do também senador Magno Malta em 2014, quando da votação em plenário do PDL 52. Ambos questionaram o que petistas e Anvisa pretendem com essa ofensiva sobre os inibidores anfepramona, femproporex e mazindol, enquanto mantêm a liberação para a sibutramina, que não é o mais eficaz no tratamento da obesidade e seus efeitos colaterais. Talvez seja um assunto para os setores competentes legais averiguarem.
Muitas audiências e debates foram realizados ao longo desses quatro anos e meio de suspensão desses medicamentos, rendendo defesas e argumentações por vários outros parlamentares, sensibilizados com a situação de pacientes e médicos, como os deputados federais Luiz Henrique Mandetta, João Bacelar, Dr. Paulo Cesar, Jandira Feghali, senadoras Lúcia Vânia e Ana Amélia Lemos.
Na votação da Comissão de Meio Ambiente estiveram presentes alguns pacientes e um representante da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) Regional de Brasília, Dr. Dimitri Homar, além do deputado Felipe Bornier. A conjugação de esforços foi determinante na vitória conseguida ali, diante da insistência da senadora Vanessa Graziottin (PCdoB), apoiada pelo petista Humberto Costa, e sua argumentação vaga de que a aprovação do PLC 61/15 “banalizará” o uso dos inibidores, contrariando o que reza o próprio projeto de lei, que indica no tópico “Justificação” a adoção de medidas de prescrição e comercialização, além da continuidade da Anvisa em fiscalizar o cumprimento dessas medidas. “Continuaremos a empregar o receituário específico para medicamentos de uso controlado, sabidamente o modelo B2 azul, e acompanhando o paciente, que terá a dosagem e tempo de uso indicados individualmente”, explica Dimitri Homar.
Apesar da apelação da senadora para que a votação fosse adiada (mais uma vez!) e a afirmação de que não havia quórum, Vanessa Graziottin teve sua proposta de emenda rejeitada e derrubada, garantindo a continuidade da tramitação do projeto em seu teor original após os brilhantes esclarecimentos dos senadores Otto Alencar e Ronaldo Caiado, ambos médicos. Na emenda, a senadora propunha que continuassem sendo válidas as atuais determinações da Anvisa, conforme o descrito pela RDC 50/14.
Banalização é dar poder ao mercado negro
Ledo engano ou falta de informação da referida senadora, pois a banalização do uso e venda desses medicamentos está ocorrendo no presente momento, desde a proibição, com a invasão de pessoas que agem de má fé, aproveitando-se da situação de fragilidade de milhões de pacientes que diariamente são lesados pela oferta de substâncias vendidas como sendo anfepramona ou femproporex, mas descaradamente falsificadas e expondo ainda mais a vida dessas pessoas a sérios riscos.
Outra alternativa que está, essa sim, se tornando banal é a cirurgia bariátrica. É unânime entre a classe médica que intervenções cirúrgicas são empregadas como último recurso. No caso da bariátrica, a indicação é para pacientes que não tenham obtido resultado com o tratamento farmacológico. “Muitos pacientes que fizeram cirurgia bariátrica voltam a engordar dentro de cerca de cinco anos. E atualmente essa cirurgia está se tornando rotina, expondo a pessoa a riscos de morte inclusive, quando poderíamos utilizar um tratamento que vinha sendo empregado há mais 50 anos sem nenhum registro de óbito, fato reconhecido inclusive pela ANVISA”, completa o diretor do Departamento de Obesidade e Síndrome Metabólica da ABRAN, Dr. Paulo César Lima Giorelli.
Votação em Plenário urgente!
Médicos, pacientes, parlamentares e sociedade continuarão na luta pela conscientização de que obesidade é doença grave, que requer tratamento específico e crônico quando o tratamento para os sintomas voltam, da mesma forma que ocorre em doenças como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e outras.
Não é meramente comportamento de preguiça, de comilança ou de desleixo com a própria saúde, ao contrário do que a grande imprensa insiste em passar para a população, de maneira vaga e preconceituosa. “Obesidade tem variadas causas, como distúrbios genéticos, metabólicos, disfunções hormonais, distúrbios psicoemocionais e até infecção viral”, esclarece o presidente nacional da ABRAN, Dr. Durval Ribas Filho.
É necessário que os senhores parlamentares se apropriem desse cenário de sofrimento e de luta e dessas informações, a fim de que justiça seja feita e a saúde garantida aos milhões de brasileiros com excesso de peso, que segundo o VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, já ultrapassa a marca de 100 milhões de brasileiros.
Colaboraram Abran, Abeso e pacientes envolvidos com a luta pela aprovação do PLC 61/15.
Toninha Rodrigues
26 comentários:
Obesos precisam de tratamento e passou da hora de resolverem essa situação de vez!! Pauta do Senado trancada. Libera a pauta pra votar o PLC 61/15 Renan Calheiros!!
Ate quando vai continuar esse desrespeito com a população obesa nesse país,pacientes implorando pela.sua.medicação,pela dignidade é amor próprio,São 5 anos de luta,devolvam o direito ao obeso de se tratar.
Nesses quase 5 anos , nós obesos fomos muito discriminados por exigir a volta desses medicamentos o que dá para perceber o tabu de fazer mal em volta o uso dos inibidores de apetite está sendo quebrado , obesidade é uma doença crônica e como toda doença precisa de ser aplicado medicamentos e para nós esses são os únicos eficazes para essa patologia.
Este texto mostra bem o deserto ao qual os pacientes obesos foram lançados, juntamente com os médicos que os tratavam. Houve aumento da incidência de hipertensão , diabetes e patologias ortopédicas na medida em que os pacientes passaram a engordar por falta de tratamento. A " fila " para a cirurgia bariátrica também cresceu absurdamente ,sendo que o Brasil não tem infraestrutura para absorver tudo o que a privação de medicamentos acabou provocando. Estive em Brasília em uma reunião com os Deputados explicando a magnitude do problema , tendo apôio da maioria que estava presente, mas continuamos aguardando uma solução, que já passou da hora há muito tempo.
obesidade é doença mas esta dificil de entenderem Doença necessita de tratamento e medicamentos proprio para o fim
Estamos sendo descriminados obesidade precisa ser tratada sem medicamentos fica dificil, pois nem todos mesmo com reeducação alimentar exercicios fisicos QUE MUITOS NÃO PODEM FAZER conseguem emagrecer se é doença tem que ter medicamento
Muito bem descrita a longa caminhada que as pessoas têm traçado para alcançar um direito que a Anvisa arbitrariamente tirou. Obesidade é uma doença e quem sabe o melhor tratamento para o paciente é o médico. Emagrecer não é tao fácil como muitos dizem, principalmente para quem está muito a cima do peso.
Ja faz 5 anos que obesos lutar por direito de se medicar com auxílio de um médico mas não conseguem pois anvisa e alguns petistas tentam impedir. Alguma coisa tem por trás de tudo isso.
Não entendo o porque de tanta demora para aprovar um medicamento que era utilizado e perfeitamente adequado ao tratamento da obesidade.
Não se cura obesidade, é necessário tratar e controlar pelo resto da vida. Os inibidores de Apetite faziam isso de forma barate eficaz e segura.
Com a proibição tudo ficou muito pior e hoje em dia os obesos estão com a pior qualidade de vida que já tiveram.
O Senado poderia priorizar a saúde da grande população de obesos do Brasil e aprovar logo a volta desses remédios.
Acho um tremendo descaso com quem precisa da medicação pois ja tem 5 longos anos que obesos lutam para terem seus direitos de medicação com acompanhamento medico. Coloquem na pauta para que seja votade e desfaçam essa injustiça.
Cinco anos de sofrimento, muito bom o texto , é a realidade do obeso. E agora mais um golpe da anvisa que liberou a liraglutida (p diabetes e cara) para tentar manobrar o senado e nos calar. Os anorexígenos são seguros , tem 60 anos no mercado e são os únicos eficazes no combate a esta doença.
NÃO ESPEREM PESSOAS MORRER OU FICAREM DOENTES NOS AJUDEM PARA VOLTA DO INIBIDORES DE APETITE SEM ELES TODOS NÓS FICAMOS MAIS OBESOS A CADA DIA NÃO POR COMER TANTO MAS PELA GENÉTICA !!! NÃO TEMIS ESCOLHA E NEM OPÇÕES E NEM QUEREMOS REMEDIOS NO CÂMBIO NEGRO PQ NÃO TEMOS DINHEIRO, SOMOS CONTRA E PODEMOS MORRER TB.AJUDEM ENQUANTO É POSSÍVEL OU SERÁ TARDEVDEMAI PQ SÃO 5 ANOS SEM TRATAMENTO !!! MUITO OBRIGADA.
Exatamente. Bem lembrado Flavia. Sem contar o topiramato, que é pra epilepsia, venvanse, pra TDH e caríssimo, a sibutramina, que traz efeito positivo pra poucas pessoas. Até glifage, prescrito para diabéticos, os médicos estão receitando. PLC 61/15 JÁ!!!! DESTRANCA ESSA PAUTA E VOTA LOGO NOSSO PROJETO!
O texto está de parabéns, muito bem representado por todos que estão nessa batalha. Só faltou dizer sobre a mídia opressora que também só atrapalha, manipulando, inclusive, números de obesos. Porém acho que todos já perceberam que nada irá nos calar, é só questão de tempo para venceremos essa guerra, e com certeza iremos lembrar de todos que nos apoiaram . no demais, parabéns toninha!
Eu compro sem receita médica glifage 1g. Não estou para ir a consultas sempre que termina a embalagem de 30 comprimidos.
Só os obesos sofrem doscriminação e são doentes e estão sem tratamento eficaz há anos
Só os obesos sofrem doscriminação e são doentes e estão sem tratamento eficaz há anos
Obesidade é doença e deve ser tratada como tal. A liberação da medicação nada mais é que o justo acesso dos obesos ao tratamento adequado.
Obesidade é doença e o q queremos e nosso direito de escolher qual o tratamento fazer , sem ir direto para bariátrica , Q é uma mutilação , mas sempre tem alguém q diz entender mais q os médicos q estudam anos para isso é nós paciente q fazia tratamento e tinha uma vida saudável , sobre o direito político ñ vale a pena falar , Pq está cada dia mais evidente , até quando vamos ter q nós intupir de medicamentos para diabete , ipertencao , etc ... Q vem matando silenciosamente . Se com apenas um medicamento podemos controlar a obesidade ... .
Durante mais de dez anos fiz uso dos inibidores, sempre com acompanhamento médico. Nunca sofri de nenhum efeito colateral, aliás sempre muito bem comigo mesma e com a estima nas alturas! Com a retirada do mercado dos inibidores, iniciou-se uma tragédia generalizada. Estamos nessa luta por cinco anos. Durante esse período muitos obesos já vieram a óbito. Precisamos que realmente os senhores se sensibilizem, trata-se de saúde pública e não de estética. Temos certeza que os senhores irão responder de forma favorável à nossa luta!!!
Algumas pessoas da minha família , amigos e inclusive eu fi uso de medicamentos pois sempre sofri com a obesidade. Conseguia manter minha saúde e o peso aceitável fazendo tratamento com anfepramona! Um absurdo o que firam com a população tirando os inibidores eficazes e que com controle médico não tínhamos quase nada de efeito colateral. Tive casos na família que por falta de tratamento acabaram fazendo a bariatrica e tiveram vários problemas, Duas amigas vieram a falecer devido a problemas decorrentes da cirurgia. Temos que ter o direito à tratamento e não esse açougue e a indústria das bariatricas. Precisamos do apoio dos senadores para voltarmos a ter nossos remédios!!!!
Também fazia o uso e na falta deles procurei um endócrino que me disse ganhe imediatamente alguns quilos e vem pra fazer cirurgia. Foi logo me passando os exames para a cirurgia. Fiquei chocada.
Também fazia o uso e na falta deles procurei um endócrino que me disse ganhe imediatamente alguns quilos e vem pra fazer cirurgia. Foi logo me passando os exames para a cirurgia. Fiquei chocada.
Absurdo o descaso com a saúde pública e com a situação de risco da população obesa! Que governo é esse?
Excelente matéria realmente precisa ser investigado com rigor esse INTERESSE da Anvisa e petistas em proibir o tratamento de milhões de pessoas que necessitam da medicação o que a AnVisa fez foi desumano
concordo, já passou da hora, tomei eles por mais de vinte anos, e nunca fizeram só bem, e não criou dependência, agora com a vinda das tais cirurgias mutiladoras que se acredita são bem vantajosas pros tais sistemas,lucro direto , revisando nunca fizeram mal e sim bem,vamos ver se um dia liberam pra nós, sucesso
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