Todos ou quase todos comemoram a "nova" relação Brasil-China, que esteve congelado na gestão do Presidente Bolsonaro, por razões de ideológicas. O Presidente Lula vai todo "faceiro", rerratificar vários tratados comerciais assinados com a China pela comitiva técnica precursora. O mais importante, creio, foi na área de agronegócios e uma eventual instalação de uma fábrica de semicondutores no Brasil.
A China já é o mais importante parceiro comercial do Brasil, independente das posições políticas divergentes entre os dois países. Para se ter ideia, segue abaixo os 5 principais parceiros comerciais, na pauta de exportações brasileiras (2022):
- China: US$ 47,651 bilhões (21,72%)
- Estados Unidos: US$ 39,382 bilhões (17,95%)
- Argentina: US$ 11,948 bilhões (5,45%)
- Alemanha: US$ 11,346 bilhões (5,17%)
- Índia: US$ 6,728 bilhões (3,07%)
- Rússia: US$ 5,701 bilhões (2,60%)
No obstante, o item comemorado pelos emissários do Governo Lula e empresários da área de agronegócios, que é a transação comercial feito em "yuan" ou a moeda chinesa, Renminbi, terá que superar alguns óbices. Digamos que o "yuan" é a fração menor da moeda oficial chinesa, que é o "renminbi". O povo chinês usa o termo "yuan" para pagamento de suas contas. Vamos tratar, doravante, como "yuan" a moeda chinesa para melhor entendimento dos leigos e turistas com destino à China. O dólar americano é bem aceito, lá, também.
Os brasileiros comemoram a moeda de troca alternativa, que doravante, será o "padrão" de trocas comerciais entre os dois países, China e Brasil. Há muito tempo que a China vem acalentando de tornar a sua moeda "yuan" como padrão de trocas comerciais e internacionais, como alternativa para o padrão US$, o "dólar" americano. O padrão "yuan" vai ser bom para os russos que estão bloqueados no sistema de compensação internacional, o SWIFT. Para o Brasil, com algumas restrições, acredito.
O padrão de trocas comerciais em "yuan" que o Presidente Lula vai assinar com os chineses, de conversão automática em "real", pode parecer uma grande vantagem para o Brasil, mas não necessariamente. Para o agronegócio, que fecha contratos futuros de produtos agrícolas na Bolsa de Mercadorias de Chicago, naturalmente, cotado em US$ (dólar americano), de qualquer maneira, terá que fazer conversão do "yuan" em "dólar". A facilidade aparente, poderá se tornar um encargo, com "spread" a mais que vai desperdiçar com o novo padrão da moeda, o "yuan".
Enfim... o Brasil, tanto faz como tanto fez, ao invés de fazer parte do quintal dos americanos, vai ser, também, um quintal dos chineses.
Ossami Sakamori
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