quarta-feira, 12 de abril de 2023

Viva China!


Ni hao!   É bom ir acostumando com o mandarim, que é a língua oficial da China.  Eu, já, tenho conhecimento de alguns hanzis que é o sistema de escrita dos caracteres utilizados na língua chinesa, com mais de 5 mil caracteres usuais.  Presidente Lula, embarcou, ontem, no avião presidencial, o já conhecido o AeroLula, com destino à capital chinesa, Pequim para ocidentais e Beijing (lê-se péijin) para  a população chinesa.   Lula vai fazer escala em Shanghai ou Xangai como é conhecido, para dar força à Presidente Dilma, agora na função do presidente do Banco de Desenvolvimento do BRICS. 

           Todos ou quase todos comemoram a "nova" relação Brasil-China, que esteve congelado na gestão do Presidente Bolsonaro, por razões de ideológicas.  O Presidente Lula vai todo "faceiro", rerratificar vários tratados comerciais assinados com a China pela comitiva técnica precursora.  O mais importante, creio, foi na área de agronegócios e uma eventual instalação de uma fábrica de semicondutores no Brasil.  

         A China já é o mais importante parceiro comercial do Brasil, independente das posições políticas divergentes entre os dois países.  Para se ter ideia, segue abaixo os 5 principais parceiros comerciais, na pauta de exportações brasileiras (2022):

  • China: US$ 47,651 bilhões (21,72%)
  • Estados Unidos: US$ 39,382 bilhões (17,95%)
  • Argentina: US$ 11,948 bilhões (5,45%)
  • Alemanha: US$ 11,346 bilhões (5,17%)
  • Índia: US$ 6,728 bilhões (3,07%)
  • Rússia: US$ 5,701 bilhões (2,60%)

          No obstante, o item comemorado pelos emissários do Governo Lula e empresários da área de agronegócios, que é a transação comercial feito em "yuan" ou a moeda chinesa, Renminbi, terá que superar alguns óbices.  Digamos que o "yuan" é a fração menor da moeda oficial chinesa, que é o "renminbi".  O povo chinês usa o termo "yuan" para pagamento de suas contas.  Vamos tratar, doravante, como "yuan" a moeda chinesa para melhor entendimento dos leigos e turistas com destino à China.  O dólar americano é bem aceito, lá, também. 

         Os brasileiros comemoram a moeda de troca alternativa, que doravante, será o "padrão" de trocas comerciais entre os dois países, China e Brasil.   Há muito tempo que a China vem acalentando de tornar a sua moeda "yuan" como padrão de trocas comerciais e internacionais, como alternativa para o padrão US$, o "dólar" americano.   O padrão "yuan" vai ser bom para os russos que estão bloqueados no sistema de compensação internacional, o SWIFT.  Para o Brasil, com algumas restrições, acredito. 

       O padrão de trocas comerciais em "yuan" que o Presidente Lula vai assinar com os chineses, de conversão automática em "real", pode parecer uma grande vantagem para o Brasil, mas não necessariamente.   Para o agronegócio, que fecha contratos futuros de produtos agrícolas na Bolsa de Mercadorias de Chicago, naturalmente, cotado em US$ (dólar americano), de qualquer maneira, terá que fazer conversão do "yuan" em "dólar".   A facilidade aparente, poderá se tornar um encargo, com "spread" a mais que vai desperdiçar com o novo padrão da moeda, o "yuan".   

          Enfim... o Brasil, tanto faz como tanto fez, ao invés de fazer parte do quintal dos americanos, vai ser, também, um quintal dos chineses.  

            Ossami Sakamori

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