quinta-feira, 6 de abril de 2023

Ni hao!

 

Imagino que vocês estejam pegando estrada para passar o feriado de Sexta-feira Santa e Páscoa, dias santos para os católicos do País.   O mercado financeiro internacional não guarda o dia como o feriado, a não ser nos países mais católicos.   Aproveito hoje para falar sobre o padrão "yuan" que a China quer criar para transações internacionais competindo com o "dólar" americano.  

         Atualmente, as compensações financeiras internacionais são realizadas via SWIFT que funciona como cooperativa internacional com mais de dois mil instituições bancárias entre seus membros.  Ela é gerido por um conselho responsável pela administração, por 25 representantes de diversas nacionalidades.  A entidade SWIFT é supervisionada pelos bancos em diversos locais do mundo, sobretudo pelos membros do G-10 e obedecem as leis da Bélgica e da União Europeia, onde ela fica localizada.   A SWIFIT faz a função de um Banco Central de diversos países que fazem compensações da moeda dos seus respectivos sistema bancário.   

         Dito isto, vamos analisar o que deverá ocorrer com o sistema de compensação da novo padrão de troca que a China quer impor ao mundo, utilizando a sua moeda o "yuan" ao lado de padrão "dólar americano".  Ambas coisas, a troca em dólar americano ou yuan chinês, para ter aceitação parcial ou integral entre diversos países do mundo, deverá ser feito via uma "câmara de compensação".   Eis a dúvida como isto deve ocorrer.

            Não se tem ainda o formato definitivo da "câmara de compensação" da moeda "yuan".   A câmara de compensação poderá ser o próprio Banco Central chinês ou uma nova câmara de compensação com sede em Shanghai ou em qualquer país do mundo, como na Singapura, por exemplo.  No meu  ponto de vista, a compensação do yuan poderá ser feito pelo próprio SWIFIT, já que reúne bancos de  diversos países do mundo.  O sistema está pronto e em operação.   

             A China já tem aprovação da Rússia e quer ter o aval do Presidente Lula para tal empreitada.  A Índia, segundo a grande imprensa, apesar de fazer parte do mesmo grupo econômico, o BRICS, está relutante com a decisão chinesa.  A China já tem adesão do Uruguai e trabalha para ter adesão dos outros países da América Latina, sobretudo no Brasil e na Argentina.  A China tem influência geopolítica no sudeste da Ásia, portanto, é de se prever a adesão destes países.   

         Politicamente, o Brasil quer deixar de ser quintal dos Estados Unidos para ser um "domínio econômico" chinês, sobretudo com o atual Governo Lula, com tendência mais para esquerda do que para direita.   O Presidente Lula está "saltitante" com a visita que fará nos próximos dias à China, esperando resultados surpreendentes, saindo das mãos do Biden para sentar no colo do Xi Jinping. 

            Ni hao!

            Ossami Sakamori


Um comentário:

Anônimo disse...

Ótimo comentário Ossami . Totalmente claro e esclarecedor. A dúvida que me fica é na prática o que isto implica para nós simples mortais no Brasil ? Poderíamos trabalhar com as duas moedas ? Venderíamos nossas comodities para o Ocidente em dolar e para o mundo oriental em yuan???! Qual o reflexo disto para o mundo e para o Brasil ????