sexta-feira, 14 de abril de 2023

Lula na China


Assisti há pouco, recepção do presidente da República Popular da China, Xi Jinpng, ao Presidente Lula.  O nosso presidente está todo empolgado com a visita, para assinar acordos comerciais e financeiros, sendo a mais importante, a moeda de negociação entre os membros do bloco econômico BRICS, a moeda chinesa "yuan" como é conhecido entre a população chinesa.   Vamos lembrar que o regime de governo da China é comunista, e se comportam como manda o figurino.  O Xi Jinping mantém o povo aos seus pés com benesses de alguma liberdade econômica.  O fato é que a China não é também um país agrícola, como era até poucas décadas atrás.  A China se tornou a segunda potência econômica do mundo global, atrás, apenas, dos Estados Unidos.  Neste contexto, o Brasil que já ocupara a posição de 8ª economia do mundo, anda disputando a 12ª posição, com os países como Coreia do Sul.  
          Feito as considerações iniciais, o Presidente Lula vai chancelar cerca de 20 acordos comerciais com  os parceiros comerciais chinesas.  Porém, o mais importante, para os chineses é o acordo de trocas comerciais entre Brasil e China, em moeda chinesa, o "yuan", que terá, doravante, terá conversão automática em real.    
          Esta negociação, em aceitar as trocas comerciais em "yuan" é bom para os chineses, mas não tão interessante para os brasileiros.   A moeda sob controle do Banco Central da China, não faz conversão automática para o "dólar americano", que é a moeda de transações comerciais e financeiras acordado em 1946, na convenção de Bretton Woods, EEUU.   Os exportadores brasileiros que receberão o "yuan" em pagamento de produtos agropecuários e minério de ferro, terão que fazer conversão do "real" e converter em "dólar americano" para solver os compromissos internacionais assumidos, exceto com a própria China e com a Rússia, este último, alijado que está da compensação financeira do SWIFT.   Bom para o Xi Jinping e péssimo negócio para o Lula.  
          O presidente chinês, já anunciou que vai buscar adesão da Argentina e Uruguai no BRICS, na tentativa de ampliar o leque de negociação em moeda chinesa, o "yuan", que é, na prática a menor fração da moeda oficial chinesa, o "renmenbi".  Ao longo dos próximos anos, é de esperar a aceitação do "yuan" como moeda alternativa ao "dólar" americano, mas isto pode durar alguns anos.  A última tentativa de destronar o "dólar" americano nas transações comerciais e financeiras, foi dos países da União Europeia com a criação do "euro".   Não logrou êxito, nesta tentativa, sem desmerecer a importância da moeda única entre os países do bloco europeu.
          Pois, o Brasil vai conviver com mais uma moeda como alternativa ao "dólar" americano, nas transações comerciais e financeiras.  Vamos lembrar que a Reserva Internacional brasileira, de cerca de US$ 350 bilhões, está aplicado na praça de Nova York, maior parte, lastreado em títulos da dívida pública americana. Além de tudo, o mercado futuro dos commodities está sendo negociado na Bolsa de Mercadorias e de Futuro de Chicago, EEUU.   
         Outro ponto importante a considerar, é a inflação nos países emissores das moedas de trocas internacionais.   Neste quesito, a China não fica longe da crise internacional atual, com inflação da China aos níveis que se aproxima dos outros países do mundo, provocando a desvalorização da sua moeda, o "yuan". 
          A suposta conquista do Lula em aceitar o "yuan" como moeda de trocas comerciais e financeiras com a China, tem chance de virar numa tremenda "armadilha" contra o Brasil.  Daqui a poucos anos, vocês haverão de lembrar deste meu pequeno lembrete para os incautos governantes.  

           Ossami Sakamori   
 

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