sábado, 15 de abril de 2023

Defendo taxa Selic de 10,75%

 

Não costumo emitir opinião sobre a política monetário do Banco Central, mas incomoda-me muito sobre o nível da atual de taxa básica de juros Selic, estabelecido pelo Banco Central em 13,75% e a briga entre o Presidente Lula e o presidente do Banco Central, Campos Neto, via imprensa, o que é um desserviço para o País.   Em todo mundo, pelo menos nos países do primeiro mundo, o Banco Central tem autonomia para decidir sobre a política monetária do pais.   Só mesmo em países do terceiro mundo ou países "em desenvolvimento" onde os presidentes "interferem" ou "se metem" na política monetária dos seus Bancos Centrais, tal qual pretende o Presidente Lula.

         É comum, os Bancos Centrais, tentarem controlar a inflação do país, apenas com a taxa básica de juros, esquecendo-se de outros instrumentos da política monetária disponíveis, como calibragem de depósitos compulsórios que incidem sobre os depósitos à vista ou depósitos remunerados pelos usuários do sistema bancário.   

          Nem tanto a terra e nem tanto o mar, penso eu.  A taxa básica de juros é "calibrado" pelos Bancos Centrais do mundo todo, conforme a "meta de inflação", estabelecido previamente.   Assim, acontece com o FED, o Banco Central americano e Banco Centrais dos países, minimamente, responsáveis.   Enfim, a política monetária, serve para equilibrar a moeda em circulação, na tentativa de "segurar" ou "conter" a inflação.  

           Feitas as considerações preliminares, vamos ao caso da taxa básica de juros Selic, do Banco Central brasileiro.   Eu já manifestei em comentários anteriores de que a taxa básica de juros Selic, deveria estar no patamar de 12,25% ou 1,5% a menos do que atuais 13,75%, que, particularmente, acho exagerado, considerando que a inflação dos últimos 12 meses, fechado em março, em 4,65%.   Isto significa que a taxa de juros real para quem aplica em títulos do Tesouro Nacional, está com rentabilidade líquida de 9,1% ao ano, o que é um rendimento real acima da média histórica.   Isto tem sido a entrada de "dólares" para aplicação em títulos do Tesouro Nacional, provocando a atípica "desvalorização" do dólar ou "apreciação" do real.      

          O FED, Banco Central americano, trabalha com taxa básica de juros, ao entorno de 5% para uma inflação ao redor de 5% ao ano.   O princípio geral dos Bancos Centrais do mundo todo é manter o controle da inflação e ao mesmo tempo manter a economia em crescimento.   O Banco Central americano, baliza a taxa básica de juros, baseado na inflação presente e no nível de desemprego no país.   Enquanto, o Banco Central do Brasil se preocupa, apenas, no controle da inflação sem se preocupar com o nível de desemprego no País.   Esse "vício" de Banco Central de querer balizar apenas olhando para frente, sem ao menos, olhar a economia pelo retrovisor, provoca distorções "perniciosas" para o País como um todo.

       Na atual conjuntura, com economia do País, "quase parando" e inflação sob relativo controle, proponho o rebaixamento da taxa básica de juros Selic, dos atuais 13,75%, para algo como 10,75%, com decréscimo de 3% sobre os atuais níveis, sem que prejudique a meta de inflação de 4,75%.  O objetivo é para os investimentos especulativos atuais, nacionais e estrangeiros, entrando em "enxurrada", sejam elas canalizados para investimentos produtivos, que geram empregos no País.   

          Desta forma, defendo a taxa básica de juros Selic em 10,75% ao ano, adequados para retomar os investimentos produtivos no País.   Eu, particularmente, acho deplorável a disputa de "poder" entre o Campos Neto e Lula, publicamente, para a vergonha do País.

           Ossami Sakamori  


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