Crédito da imagem: Veja
O assunto sobre a reforma da previdência está em pauta da grande imprensa e nos comentários entre os leitores deste blog. Embora, não seja da área de minha especialidade, devo comentar sobre a reforma sob ângulo que não está sendo exposto pela mídia em geral. Não sou pesquisador da área, portanto os números apresentados aqui foi colocado "grosso modo". No entanto, é importante que os leitores saibam sobre a reforma da previdência, por isso faço comentário a seguir.
O que se fala na imprensa, é que o déficit da previdência foi de cerca de R$ 350 bilhões em 2018, diante dos gastos correntes do governo, sem os juros e amortizações, de R$ 1,5 trilhão. Isto não é gasto. Isto é um verdadeiro "rombo" no Orçamento da União. Este número não engloba os "rombos" de previdência dos estados e municípios. Sem dúvida, a previdência é item importante, senão o mais importante, do Orçamento Geral da União e dos entes federativos.
O ministro da Economia Paulo Guedes quer cortar os gastos da previdência em R$ 1 trilhão nos próximos 12 anos, o que corresponde a pouco menos de R$ 100 bilhões a cada ano. Não tem milagres a produzir. A conta para cobertura desta economia de R$ 1 trilhão, serão pagas pelos atuais e futuros beneficiários da previdência pública. A discussão se resume em "quem paga" estas contas. Todas classes lutam para manter os atuais privilégios, o que acho normal. Fazer justiça social é uma tarefa nada fácil para qualquer governo, independe de matizes ideológicos.
A reforma da previdência acabou sobrando para o presidente Jair Bolsonaro para resolver. Como qualquer reforma, o assunto deverá passar, necessariamente, pelo crivo do Congresso Nacional. Os deputados e senadores, seja do governo ou do centrão, deverão usar a reforma da previdência para promover o verdadeiro "toma lá, dá cá". O presidente Bolsonaro, que já foi deputado por longos anos, sabe mais do que ninguém, que o Congresso Nacional sempre funciona assim. Única diferença que poderá haver dos outros governos é o "tamanho" das concessões. E o centrão estará, mais do que nunca, em plena atividade.
Não adianta aprovar apenas a reforma da previdência para o País voltar ao crescimento. Tem muitas outras reformas importantes a serem aprovados pelo Congresso Nacional, como um novo pacto federativo e a reforma tributária, sem os quais o Brasil não retomará o crescimento, tão necessário para produzir a "sensação de estabilidade social". Vamos parar de ideologizar o tema e tocar para frente!
Voltando ao tema. Se o País não fizer a reforma da previdência, caminhará celeremente para situação que passou e passa a Grécia. A Grécia entrou em "default" há alguns anos. O resultado é que o governo teve que cortar os benefícios dos atuais previdenciários em 50%, de pronto. Isto mesmo, os benefícios foram cortados em 50%. Os beneficiários passaram a receber exatamente a metade do que recebia antes do "default". E o governo grego anuncia mais cortes no já minguado valor dos benefícios. De semelhança com o Brasil, a Grécia sediou as Olimpíadas sem ter as condições para realizá-la, em 2004. E deu no que deu!
Se o Brasil perder a oportunidade da reforma da previdência, o país caminha celeremente no mesmo caminho da Grécia e os nossos previdenciários serão os primeiros a sofrerem os cortes nos seus proventos. Não é ameaça, mas a realidade se impõe. Isto deveria ser dito em letras garrafais e não ficar nos escaninhos do Congresso Nacional.
A reforma da previdência é necessária e urgente!
Ossami Sakamori
Um comentário:
Caríssimo, a reforma é necessária, ponto! Mas a matemática é um bicho complicado. Os políticos vendem que sem ela o Brasil quebra, mas se o rombo é mais de 300 BILHÕES, como fazer essa conta?
Penso que os mecanismos de reajustes que provocam efeito cascata onde os auto reajustes dos ministros do supremo seja algo a ser corrigido imediatamente.
Penso que quem está no sistema, ou seja; já está no campeonato, não deveria ser afetado. E, teto da previdência, deveria ser TETO e não haver sobradinhos como benefícios. 🙄🙄🇧🇷🇧🇷🤗🤗🤗
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