sábado, 16 de março de 2019

BNDES é ainda Caixa Preta.

Crédito da imagem: Estadão

O Estadão de hoje, traz uma ampla reportagem sobre os empréstimos do Tesouro para com o BNDES de 2008 a 2014, num programa denominado de PSI - Programa Sustentável de Investimentos. A reportagem ganha importância, quando a dívida pública do País ascende a R$ 5,5 trilhões e o Tesouro Nacional sequer consegue pagar os juros da dívida correspondente.  Vou tentar aqui, destrinchar a notícia para os leitores leigos deste blog, para ter a compreensão exata da gravidade da situação.

No auge da crise financeira mundial em 2008, sob argumento de enfrentar as "marolinhas", o ex-presidente Lula, mediante aprovação do Senado Federal, destinou R$ 416 bilhões, uma montanha de dinheiro, para socorrer as empresas brasileiras em dificuldades, entre as quais as empresas envolvidas nas operações Lava Jato.  Este dinheiro também foi destinado a financiar as obras de infraestrutura de países da África e da América Latina, as já conhecidas 20 obras do Lula financiadas pelo Lula.  Algumas destas obras foram objetos das Operações Lava Jato pelas propinas pagas ao Lula e sua corriola. 



Originariamente, o BNDES teria que devolver os R$ 416 bilhões ao Tesouro Nacional, até o final de 2060. O atual presidente do BNDES Joaquim Levy, na condição  de ministro de Fazenda do governo Dilma, fez reestruturação desta dívida do BNDES para com o Tesouro, antecipando o prazo final de pagamento para 2040. Certamente, em 2040, já não estarei vivo para ver o dinheiro do povo devolvido aos cofre públicos.

Entre os maiores tomadores deste recurso está o grupo JBS dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Lula da Silva, Guido Mantega, ministro da Fazenda e Luciano Coutinho, presidente do BNDES, emprestaram o dinheiro do contribuinte para o grupo JBS, à época em séria dificuldade financeira, um volume de recursos R$ bilionários, à juros subsidiados que variou entre 1% ao ano a 3,5% ao ano fixos, enquanto a inflação estava oscilando ao redor de 10% ao ano.  Em outras palavras, o Lula e seus comparsas destinaram dinheiro público, para expandir os negócios dos irmãos Joesley e Wesley Batista. 

É claro que o dinheiro do Tesouro, via BNDES, não foram usados apenas para promover a ladroagem do Lula. Muitas empresas de grande porte como Vale e operadores de Usinas Hidroelétricas foram tomadores dos recursos da União repassados pelo BNDES. Alguns estados da federação, também, tomaram os empréstimos subsidiados no total de R$ 28,1 bilhões. Não estamos aqui questionando sobre o PSI e nem sobre destinação de recursos para clientes produtivos do País. Estamos aqui, falando das ladroagens que decorreram dos empréstimos subsidiados com os recursos do povo brasileiro. 

Hoje, segundo os dados do BNDES, o banco de fomento encerrou 2018, com uma dívida de R$ 271 bilhões com a União.  Eis que, este valor somado ao valor da Reserva Cambial e outros créditos da União, é deduzido da dívida pública bruta de R$ 5,5 bilhões para se chegar no valor da dívida pública líquida, hoje ao redor de R$ 3,9 trilhões.  Grosso modo, podemos dizer que o brasileiro já nasce com a dívida de R$ 20 mil, se considerar dívida pública líquida "per capita". 

BNDES é ainda Caixa Preta.

Ossami Sakamori
@Saka_Sakamori

Nenhum comentário: