Imagem ilustrativa
A imagem que correu nas principais emissoras de TV, uma multidão em busca de emprego, que formou uma enorme fila no Centro de São Paulo, na manhã de terça-feira, dia 26, comoveu a população. Os candidatos participavam do Mutirão de Emprego, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento de São Paulo e pelo Sindicato dos Comerciários. Estavam sendo oferecidos 6 mil vagas para diversos segmentos, como operador de caixa à vendedor de loja. Isto tudo, tem motivos colocados no final desta desta.
O índice de desemprego medido pelo IBGE é de 12% ou 12,6 milhões de trabalhadores com carteira de trabalho. Esse contingente de pessoas é aquele que saem de casa à busca de uma vaga de trabalho. No entanto, o IBGE estima que há cerca de 4,7 milhões de pessoas, com carteira de trabalho, denominado de "desalentados", que não saem de casa à procura do trabalho. O critério de cálculo de número do número de desemprego é o mesmo adotado em outros países. Nada a questionar sobre o critério. Assim sendo, na minha conta, o número de desempregado é de 17,3 milhões de pessoas "sem trabalho", que é a soma de trabalhadores desempregados e desalentados.
Ao número de desempregados e desalentados, devemos somar o número de trabalhadores "sub-empregados" ou "biscateiros" ou "autônomos", que corresponde a cerca de 15 milhões de trabalhadores. Somado o número de desempregados, desalentados e sub-empregados, o número de pessoas ociosas no País, chega a 32,3 milhões de pessoas dentre 106 milhões da força de trabalho no País. Por outro lado, o número de trabalhadores na indústria, comércio e serviços, com horário integral, com carteira assinada, não alcança os 34 milhões de trabalhadores.
O famigerado déficit previdenciário, cerca de R$ 350 bilhões ao ano, uma grande parte decorre do não recolhimento ou sub-recolhimento dos recursos previdenciários que seriam recolhidos pelos desempregados, desalentados e sub-empregados, se nos postos de trabalho formal. Certamente, com a volta de contratações, com carteira assinada, o déficit previdenciário deverá ser bem menos do que o déficit anunciado, com muito estardalhaço.
O governo deveria, como fazem nos Estados Unidos, calibrar a taxa de juros do títulos do governo Selic conforme o índice de desemprego no País. O Banco Central americano consideram como índice alarmante, usando o mesmo critério adotado no Brasil, um índice de desemprego acima de 6%. Atualmente o índice de desemprego naquele país é de 4%, com viés estável.
Não é permitido dizer em voz alta no Brasil, mas a taxa básica de juros Selic, tem muito a ver com o investimento direto no setor produtivo pelos investidores institucionais. A triste notícia é que o novo presidente do Banco Central do Brasil, que vem do setor financeiro, vai continuar a adotar juros reais de 2,5% aos investidores especulativos. A política monetária é a mesma dos últimos governos petistas, que colocou o Brasil no buraco sem fundo.
A grande verdade é que os investimentos especulativos não criam empregos no País. Esse tipo de afirmações são considerados como "contra o governo" e, também, não são bem vindo no mercado financeiro, por óbvio motivo. Para não ser linchado pelos ditos notáveis na economia, digo apenas que:
É alarmante o número de desempregados no Brasil !
Ossami Sakamori
Um comentário:
Texto primoroso! O legado de desempregados no Brasil! Visão nua e crua! Saka 👏👏👏👏
Postar um comentário