Crédito de imagem: Correio Brasiliense
Ontem, dia 13, tomou posse como presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto Filho, neto do ex-ministro de Planejamento do Regime Militar, o economista Roberto Campos. Ele foi indicado ao presidente Bolsonaro pelo ministro da Economia Paulo Guedes, de quem é amigo pessoal e profissional. A nomeação do Campos Neto, como ele é chamado, decorreu da identidade de pensamento econômico entre ele e o Paulo Guedes. Já houve tempo em que os caminhos do Ministério de Fazenda, denominação anterior do Ministério da Economia e Banco Central, andavam em caminhos opostos. Pelo menos, neste quesito, o Brasil estará nas mãos de pessoas que defendem a mesma teoria econômica, a liberal, de agrado do mercado financeiro.
Em linhas gerais, o Campos Neto deve seguir a mesma política monetária do seu antecessor, o Ilan Goldfajn. No seu discurso de posse enalteceu a qualidade do seu antecessor e do excelente corpo funcional do Banco Central. Para os leigos que não entendem bem a função do Banco Central, em breves palavras, podemos dizer que o Ministério da Economia cuida da política econômica do governo e o Banco Central cuida da política monetária. O primeiro cuida da economia como um todo, cuida do crescimento econômico, cuida da expansão dos postos de trabalho, cuida das exportações e importações, dos tributos em geral, entre outras funções. Por outro lado, o Banco Central, basicamente, cuida da manutenção do poder da compra ou da inflação. O Banco Central é gestor dos títulos da dívida pública federal de responsabilidade do Tesouro Nacional. Cabe ao Banco Central calibrar a valorização ou desvalorização da moeda do País, o real. Banco Central cuida das Reservas cambiais, também.
Banco Central é responsável pelo aumento ou queda da inflação. Isto é assim em todo mundo. É função do Banco Central, garantir a liquidez do mercado, através de moeda papel ou através de quantidade da moeda escritural ou o depósito bancário. Em tese, quanto mais moeda em circulação, inflação aumenta. A gestão do Banco Central não é tão simples como eu falo aqui. Se bobear na gestão da moeda, o País pode entrar em estagflação ou uma associação de estagnação e inflação. Mas, o Banco Central tem vários mecanismos para promover o desenvolvimento do País com inflação devidamente domada. Entre os mecanismos, podemos citar: Nível de reserva cambial; Nível de depósito compulsório dos bancos; Taxa básica de juros Selic; Swap cambial tradicional; Swap cambial reverso e Dólar futuro, entre outros mecanismos. Não será por falta de instrumentos que o Campos Neto poderá exercer a função com maestria. Basta fazer, fazendo.
Como foi dito pelo novo presidente do Banco Central, Campos Neto, haverá continuidade na política monetária do Ilan Goldfajn. Diga-se de passagem, ambos são operadores do mercado financeiro, fora do Banco Central. Assim, podemos afirmar sem incorrer em erros que...
Banco Central será tudo como dantes... ou quase tudo.
Ossami Sakamori
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