Crédito da imagem: Globo
O dólar comercial fechou ontem na cotação de R$ 4,05. Não tem nada que estressar com o dólar no patamar praticado nos níveis da cotação de ontem. Em 7 de junho passado já postava neste blog matéria referente a trajetória da moeda americana: Dólar vai buscar R$ 4,16 no médio prazo . Pela conjuntura política atual, com grande possibilidade de eleger um candidato à presidência da República de ideologia do extremo, seja de esquerda ou direita, o mercado ficou em polvorosa. Isto é "mercado financeiro". O dólar deve procurar um novo patamar de estabilidade.
O mercado financeiro, incluído o mercado de câmbio, dança conforme a perspectiva do futuro. O mercado financeiro é para poucos, pode fazer fortunas em poucos dias mas pode se tornar pobre em alguns minutos. Especificamente, o movimento de ontem, foi baseado no resultado das pesquisas em que apontava a possibilidade de vitória da esquerda ou vitória da extrema direita. O mercado financeiro aprecia o "feijão com o arroz" ou "feijão com chuchu". O mercado financeiro espera um presidente da República que não afronte ou não invente as regras vigentes nos organismos de fomento internacional como FMI e OCDE.
O mercado financeiro, sem uma definição clara da política econômica dos presidenciáveis, fica à mercê de especulações. Para os investidores tradicionais ou conservadores, é melhor esperar o tufão passar. Após resultado das eleições, o mercado financeiro, incluído o mercado de câmbio, deverá traçar uma nova tendência, para cima ou para baixo.
O mercado de financeiro, além da conjuntura política, está sujeito ao movimento de câmbio no mercado internacional. Portanto, os investidores deverão ficar com os olhos voltados para dentro e fora do País. Desde a conferência do Bretton Wood, após o término da Segunda Guerra Mundial, em julho de 1944, estabeleceu-se que a moeda de referência mundial para transações comerciais seria o "dólar americano". O dólar americano flutua ao sabor da conjuntura econômica americana e das crises políticas ou econômicas de terceiros países. A nossa moeda, o real, só tem valor dentro do País. Nenhum país do mundo seria louco de aceitar o real como moeda de trocas comerciais ou de serviços. E por estas e outras razões que os investidores nacionais e internacionais procuram o "dólar americano" como proteção aos investimentos financeiros.
Mas fiquem sossegados! O dólar pode subir ou baixar conforme a especulação, mas o Banco Central do Brasil tem instrumento capazes de segurar a cotação dentro no nível que ele (Banco Central) ache razoável. O Banco Central já utiliza os derivativos cambiais, especialmente, o swap cambial tradicional para conter a alta exagerada do dólar. Há outros instrumentos como o "dólar futuro" e outros mecanismos não tradicionais. E ainda, para a segurando do Brasil, o Banco Central possui reservas robustas para "queimar" se for preciso. Na segunda-feira, dia 20 de agosto, o Brasil possuía US$ 380 bilhões em reserva cambial.
Não tenho bola de cristal para saber do "teto" para o dólar, imaginado pelo Ilan Goldfajn. Para quem tem muitos anos de "janela", como eu, creio que o Banco Central vai deixar o dólar flutuar até ao nível de R$ 4,50. Se eu fosse presidente do Banco Central, atuaria fortemente para segurar o dólar neste nível. Ao contrário de uma situação passada, em 2002, onde houve disparada do dólar sem muito controle, o Banco Central de hoje tem robustos instrumentos para o País não entrar novamente em "crise cambial".
O dólar poderá flutuar até o nível de R$ 4,50.
Ossami Sakamori
Engenheiro civil, 74, foi prof. da UFPR e consultor empresarial.
Um comentário:
O amigo de valdirene já tocava o terror e agora me vem o tal Paulo Cafajestti para atormentar ainda mais
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