O Presidente Lula tem uma vaga noção sobre a macroeconomia por ter sido Presidente da República por duas vezes e em parceria com Henrique Meirelles, um banqueiro com larga experiência em mercado financeiro global e visão pragmática sobre os princípios macroeconômicos que, em tese, deveriam nortear as finanças públicas. Meirelles foi presidente internacional do BankBoston, ocupou a presidência do Banco Central do Brasil de 2003 a 2011 durante o Governo Lula e Ministro da Fazenda do Governo Temer entre 2016 e 2018. Ao menos, o Presidente Lula teve um excelente professor em macroeconomia.
O Presidente Lula, quer fazer gastos públicos em 2024 acima do teto, custe o que custar, em investimentos públicos, com o seu PAC, o Plano de Aceleração de Crescimentos, com vistas às eleições municipais. O desejo dele, a execução do programa de investimentos públicos, que sabidamente causa impacto negativo nas contas públicas, contrariando a equipe econômica comandada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad. Na queda de braço entre o comandante e o comandado, já sabemos quem será o vencedor nesta disputa.
O Brasil, desde a crise econômica e financeira de 2014/2015, no governo da Presidente Dilma, PT/MG, a pior dos últimos 100 anos, não consegue "fechar" as contas públicas no "azul". Com um "superávit primário" insignificante de R$ 54 bilhões em 2022, no último ano do mandato do Presidente Bolsonaro, as contas públicas não conseguem fechar com o "superávit primário", o que seria desejável e era constante nos anos precedentes ao segundo mandato do governo Dilma.
Explico: O déficit primário, para leigos entenderem, é o dinheiro que falta para cobrir as contas primárias do Governo federal, incluído educação, saúde e segurança pública e Previdência Social, incluído nelas, também, os gastos com a estrutura do Congresso Nacional e do STF. O que sobra, se sobrasse, teria denominação de "superávit primário" e seria destinado ao pagamento de juros da dívida do Tesouro Nacional. Mesmo tendo o "superávit primário", se não conseguir pagar os juros da dívida pública, a denominação da situação se dá como sendo "déficit nominal". O Brasil, não consegue "zerar" o "déficit nominal" há muitos anos.
É dentro desta situação, do "déficit primário" nas contas do Governo federal, que o Presidente Lula, lança o seu PAC, o Plano de Aceleração de Crescimento, com vistas às eleições municipais. Não está bem claro e nem tem o número preciso de quanto será o "déficit primário", o dinheiro que falta, para cobrir as contas do Governo federal em 2024. Estima-se, que o "déficit primário" do próximo ano, devido ao PAC do Presidente Lula, seja algo ao entorno de R$ 150 bilhões. O valor não é tão expressivo se considerar os gastos públicos da esfera federal, se considerar que as despesas totais do Governo previsto no Orçamento Público federal para 2024 é de R$ 2,2 trilhões, "exceto" juros da dívida pública. Para se ter ideia, o PIB - Produto Interno Bruto de 2023 deve fechar o ano ao redor de R$ 9,9 trilhões.
O Brasil já "jogou a toalha" na crise de 2014/2015. O País não consegue pagar "nem ao menos, os juros da dívida do Tesouro Nacional". Mesmo nesta situação preocupante, o Presidente Lula anuncia o seu PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento, na tentativa de ampliar a sua base eleitoral. Quem sabe, concretize a profecia popular de que Deus escreve certo pelas linhas tortas e o plano do Presidente Lula produza os efeitos do crescimento econômico do País.
Ossami Sakamori
Um comentário:
Obrigado por chamar a atenção para este tópico e compartilhar seus insights valiosos.
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