terça-feira, 21 de novembro de 2023

A ausência de uma política econômica no País

 

Definitivamente, o Brasil não é exemplo para ser seguido pelos países periféricos, pelo menos, em política econômica e fiscal.  O maior país, em território e população da América Latina, não tem dado exemplo para a região e muito menos para o mundo global.   Já comentei, ontem, que o nosso país se distancia cada vez, mais em termo de PIB - Produto Interno Bruto, do maior e mais rico país do mundo, os Estados Unidos.   A escolha de "ser" um país de "rabeira", um país do terceiro mundo, parece ser dos nossos dirigentes políticos, de ontem e de hoje.   Os números e fatos mostram que estamos, sempre, "patinando" no lamaçal de políticas econômicas equivocadas ou simplesmente, a ausência delas. 

            As primeiras páginas de jornais de grande imprensa mostram que o processo de retrocesso na economia está cada vez mais visível.   As montadoras de automóveis que representaram a alavanca para crescimento industrial, estão se retirando do País, numa clara demonstração de descontentamento com a política econômica ou ausência dela, dos sucessivos governos, deste e o de antes.   Na ponta de consumo, os grandes varejistas, estão em grandes dificuldades financeiras, algumas em processo de "recuperação judicial" e outros com fechamento de pontos de venda, em visível retrocesso.    

             Para quem esperava uma guinada na economia com o novo Presidente da República, enganou-se.   O processo de "desmonte" da economia, neste Governo, pelo contrário, continua em ritmo acelerado.   As política públicas, nitidamente, populista, não estão trazendo resultados positivos.  Pelo contrário, a economia brasileira se deteriora cada vez mais.   Na contra mão, o inchaço da máquina pública é visível, com os 38 ministérios, ante 26 do governo anterior, as nomeações em cargos públicos, com salários acima da iniciativa privada, correm solto.  

       Mesmo quem não entende de macroeconomia, vê que os gastos públicos estão se exasperando cada vez mais.  Os números comprovam o fato.  O ano de 2023 deve terminar com o "déficit primário" ou o "rombo fiscal" de cerca de R$ 150 bilhões.   Déficit primário é o dinheiro que falta para cobrir os gastos públicos, antes mesmo de pagar os serviços da dívida pública.   Faz muito tempo, quase 10 anos que o País não consegue, sequer, pagar os juros da dívida do Tesouro Nacional.   O Brasil afunda em dívida pública.  Qualquer semelhança com o país vizinho, a Argentina, é mera coincidência.    Brasil é retrato, uma cópia perfeita, de empresas como a Americanas ou Magazine Luiza, antes impoluto, mas hoje, em dificuldade financeira, em vias de "implosão". 

             Eu, comentarista da macroeconomia "meia tigela", tenho comentado sobre a ausência ou a falta, de uma "política econômica" que englobe a economia nacional, não só o setor público, mas, sobretudo o setor privado, produtivo.   Mais um equívoco dos falsos formuladores da política econômica, a dupla Fernando Haddad e Simone Tebet, de que o Brasil não é dependente somente do setor primário como agronegócio e mineração, mas o País já ensaiou a industrialização, com a vinda da indústria automobilística, hoje, em debandada.  

           Pela ausência de uma robusta "política econômica" que englobe todos os setores da economia, incluindo o setor industrial, o futuro do Brasil é continuar rastejando "de joelhos", à procura de parceria com os países do primeiro mundo, para continuar fornecendo os "insumos" necessários para os seus desenvolvimentos, não os nossos.

           Fica aquela dúvida, na atual situação. A Argentina é o exemplo para não ser seguido pelo Presidente Lula ou o Brasil não é o exemplo para seguido pelo recém eleito Javier Milei da Argentina?

           Ossami Sakamori  

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