Hoje, terça-feira, dia 17, pretendia comentar sobre os índices econômicos do Brasil, que interessa ao mercado financeiro: o índice de inflação e o crescimento econômico, fechado no mês de setembro. Os números estão melhores do que se esperava, considerado a conjuntura econômica global. Inflação ao redor de 5% e crescimento econômico próximo de 3%. Alvo de crítica, mas podemos creditar o bom resultado à política monetária do Banco Central, comandado pelo Campos Neto, seu presidente.
A imagem do topo, postado pela Folha de São Paulo, na edição de hoje, me impressionou demais. A imagem não se refere ao deserto do Oriente médio, mas se refere ao leito do Rio Negro, afluente do Rio Amazonas, na altura da cidade de Manaus. O pingo escuro no rodapé da foto, se refere a um amazonense carregando água para o consumo próprio. O Rio Amazonas, na altura da confluência com o Rio Solimões, mais parece deserto do Israel do que imensidão de rio caudaloso, que a população e turistas estão acostumados a ver: o encontro de águas.
O rio Negro superou a cota histórica de estiagem de 2010 de 1,63 metros, alcançando cota de 13,59 metros, acima do nível do mar. Se considerar que a distância da cidade de Manaus até o Oceano Atlântico é de 3.664 Km, podemos dizer que o leito do rio é praticamente plano. As águas do Rio Amazonas só se desloca em direção ao Oceano, pelo volume de água que vem da cordilheira dos Andes, na Colômbia e de seus afluentes no Brasil.
A seca da bacia Amazônica tem pouco a ver com interferência humana no bioma, a mais extensa do planeta, mas sobretudo ao efeito el Niño, uma massa de ar quente que vem do Oceano Pacífico. O fenômeno ocorre todos anos, no início do verão do hemisfério sul, em maior ou menor grau, mas a população ribeirinha nunca está preparada para enfrentar os efeitos da estiagem e nem tão pouco, o poder público não presta socorro adequado às épocas de secas ou de chuvas.
O fato é que, independente, das guerras ideológicas no hemisfério norte, a população ribeirinha da floresta Amazônia sofre, todos os anos, pela enésima vez, o efeito do fenômeno, abandonada que está pelos poderes públicos constituídos.
Ossami Sakamori
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